quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Say Anything...


Lloyd Dobler (John Cusack) nunca fez parte da elite do colegial. Pelo contrario, tímido, não é popular e seu grande sonho é tornar-se um pugilista de sucesso. No dia da formatura, ele se apaixona pela garota mais popular do colégio, Diane Court (Ione Syke) e eles começam um romance promissor. Entretanto o romance vai contra os planos que o pai de Diane tem para a sua filha.

 

Após ter escrito o roteiro de “Picardias estudantis” baseado no seu livro sobre a experiência tardia no colegial, o caminho natural para Cameron Crowe era dirigir o próprio roteiro e assim ele fez, utilizando outra vertente desse tema tão rico que é a juventude.

 

Cameron Crowe é um diretor de narrativas ágeis e em “Say Anything...” não é diferente. Com uma sequencia rápida de planos e a presença da música, um elemento essencial no seu trabalho. Crowe construiu “Say Anything...” através de contrastes. Enquanto que com Lloyd (John Cusack) os planos são mais abertos e expansivos, com Diane (Ione Syke) os planos são mais fechados e retraídos.

 

Crowe alternou planos abertos e planos fechados ao longo de todo o filme. Nas cenas dos protagonistas ele utilizou planos mais fechados e closes com o rosto em foco. Já em cenas mais ágeis (a festa do inicio do filme é um exemplo) utilizou planos mais abertos com uma maior profundidade de campo.

 

Àlias é interessante de se observar que o “Jogo de câmera” permeia todo o filme. Ora tem uma grande profundidade de campo mantendo todos os personagens em perspectiva. Oras não focalizando apenas nos protagonistas Diane (Ione Syke) e Lloyd (John Cusack).

 

 

O maior exemplo dos contrastes de Digam o que Quiserem está na fotografia. László Kovács (Diretor de fotografia) fez uso de tons diferentes para evidenciar os universos distintos dos protagonistas. Enquanto que com Lloyd (John Cusack) László utilizou cores vivas e marcantes em suas lentes, indo de encontro com a personalidade do personagem.  Já com Diane (Ione Syke), Lászkó optou pela sutileza utilizando tons mais frios em suas lentes.

 

A trilha sonora tem uma expressiva importância narrativa, como sempre, afinal estamos falando de Cameron Crowe e nos filmes do diretor, a musica é um elemento essencial. Em “Say Anything...”, a música é quase uma personagem. Crowe optou pelo pop rock de bandas e músicos da época como Peter Gabriel, Mother Love Bone entre outros.

 

O roteiro de Cameron Crowe é extremamente realista ao expor os dilemas dos personagens em fase de transição com naturalidade. Os diálogos são simples e diretos e os personagens criveis.

 

O elenco é relativamente curto, o que garante aos atores momentos de destaque. John Cusack (Lloyd) surge aqui como a perfeita representação do jovem tímido e apaixonado, exatamente como o personagem pede. Ione Syke (Diane) trabalhou bem as facetas de sua personagem: linda e popular, mas socialmente reprimida pelo pai.

 

Um papel particularmente difícil coube a  John Mahoney que interpreta Jim Court, o pai da protagonista Diane (Ione Syke). É um papel cheio de nuances e John Mahoney se saiu muito bem.

 

Pamela Adlon (Rebecca) e Chynna Philips (Mimi) também se destacam como as amigas do protagonista. Especialmente a segunda devido à maneira de sua personagem lidar com uma decepção amorosa.

 

Em “Say Anything...”, Cameron Crowe fez o que chamamos de um filme genuíno. A premissa é simples e poderia soar como algo clichê, mas não é o que acontece neste filme. Crowe fez aqui um espelho dessa fase de mudanças expondo os problemas de maneira natural. E não poderia ser diferente afinal os dilemas da juventude é algo universal.

 

 

 

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