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quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Se eu Ficar

O que acontece quando o rock e a música clássica se unem? Uma combustão no mínimo. “Se eu Ficar” , baseado no romance homônimo de Gayle Forman é a história de amor da violoncelista Mia(Chloé Grace Moretz) e do roqueiro Adam (Jamie Blackley).

Dirigido por R.J Curtier,  “Se eu Ficar” é um filme de opostos. Não só por abordar mundos completamente opostos quanto a música clássica e o rock(embora o rock não seja assim tão estranho assim para Mia, por causa de sua família), mas principalmente por balancear o melodrama, o romance agridoce e uma certa dose de humor.

Um grande acerto de Curtier enquanto diretor foi envolver o espectador na história dos personagens principais e suas personalidades antagônicas , Adam(Jamie Blackley) e sua rebeldia e melancolia e Mia(Chloé Grace Moretz) e sua doçura , entretanto se sentindo uma “estranha no ninho”. O longa serve perfeitamente como uma alegoria sobre as diferenças se prestarmos atenção.

E por falar em atenção, esse é um fator que o filme exige de seu espectador. Pelo fator da narrativa se desenrolar principalmente em flashbacks e a montagem se utilizar do cansativo-mas eficiente artifício de “idas e vindas temporais”.

A musica é o principal diferencial de “Se eu Ficar”, sobretudo o fato do diretor e sua equipe torna-la um personagem do filme, uma peça fundamental na engrenagem da narrativa.

A direção de R.J Curtier é segura e o diretor se mostra competente em criar uma narrativa que envolva o espectador na tela, demonstrando eficácia ao administrar os inúmeros flashbacks que o filme possui. Curtier demonstra uma destreza impecável ao comandar as cenas de performances musicais do longa, com uma direção ora livre porém segura( nas cenas de Adam) e uma direção intimista e poética (nas cenas de Mia).

A fotografia talvez seja o único aspecto que deixa a desejar- além é claro do final decepcionante, mas vamos deixar isso pro final do texto. Voltando a fotografia, embora as cenas com uso de um granulado que remete a um por do sol extramente belo. Por outro lado, o flashback inicial é tomado por um “nevoeiro” que torna quase imperceptível enxergarmos a cena em sua totalidade. Felizmente, nada que prejudique a narrativa.

Vou tentar falar sobre o roteiro e a música do filme no mesmo parágrafo, por acreditar que estes elementos estão extremamente relacionados no longa.

Primeiramente o roteiro. Adaptado por Shauna Cross do livro homônimo de Gayle Forman, Cross soube imprimir nas entrelinhas questões pertinentes ao público-alvo do longa tais como identidade, sonhos e perspectivas de futuro, além das diferenças.

O fato de os pais de Mia(Chloé Grace Moretz) e seus irmãos serem “roqueiros natos” e a incentivarem a seguir um caminho totalmente oposto, assim como o seu romance com Adam (Jamie Buckley) ser do tipo “os opostos se atraem”.

A construção dos personagens e a próprias referencias musicais , além é claro da trilha sonora composta de um mix de musica clássica e punk tornam-se o diferencial do filme , o impedindo de se tornar “um filme água com açúcar chato”. A trilha do brasileiro Heitor Pereira conta com nomes como Sonic Youth e The Orwells, misturados a musica clássica e as referencias vão de Iggy pop a Bad Religion passando pelos clássicos Beethoven e Bach.

Chloe Grace Moretz construi uma Mia sensível e sonhadora, porém dotada de uma forma interior imensa. Já seu parceiro de cena Jamie Buckley faz de Adam um artista rebelde mas que esconde uma certa melancolia por trás de toda aquela rebeldia e personalidade. Sem dúvida um personagem antagônico em sua personalidade e Buckley arrebentou na construção e interpretação do personagem.

Preciso deixar uma menção honrosa para Jakob Davies como o doce e precoce Teddy, “um roqueirinho de carteirinha”, e Joshua Leonard como o carinhoso pai de Mia , Denny que conserva sua alma roqueira. É através de Leonard que o filme ganha pinceladas de humor irônico, suavizando a dramaticidade da narrativa.

Não tenho muito o que falar sobre “Se eu Ficar”, até porque, ainda estou materializando o filme. mas lhe digo uma coisa: se deem uma chance de ver este filme poético e singelo que trata de temáticas universais como sonhos, diferenças e musica. Lembra-se: as vezes , os melhores perfumes vem nos menores frascos.





quinta-feira, 12 de junho de 2014

Definitely Maybe: The Documentary




Em 2014, se comemora os 20 anos do álbum de estreia do Oasis , “Definitely Maybe” e como infelizmente não teremos uma turnê de comemoração, essa data não poderia passar em branco, o documentário sobre a produção do disco homônimo está sendo relançado.

Sinceramente, devo dizer que esperava mais de um documentário que está sendo relançado pra comemorar uma data tão emblemática para o rock mundial. O documentário é sim interessante para os fãs da banda pois reafirma a posição de renovação que o Oasis trouxe para a música e detalha a composição e produção do cd detalhadamente. Porém, se não fosse o fator curiosidade e nostalgia que assola os fãs da banda, o documentário poderia passar despercebido.

O documentário tem sim preocupação em ressaltar os bastidores da produção do álbum, as histórias por trás de cada música, ressaltando as dificuldades de produção e adaptação da banda ao estrelado mas não sai muito disso.

Sim, o diretor Dick Carruthers lança mão de preciosas imagens de arquivo e tal, deixando qualquer fã da banda empolgado. Mas Charruthers não ousa na estrutura do filme, se assemelhando a um simples documentário ou mais parecendo um talk show americano, onde os convidados respondem as perguntas mecanicamente.

Há sim, uma preocupação com a estética e a montagem do filme, no sentido de ilustrar os depoimentos com as imagens de arquivo e música mas, acaba sempre retomando aquele antigo formato padrão de documentários pautado em entrevistas que cansa.

O documentário conquista o espectador pela nostalgia (seu próprio formato e recursos utilizados evidenciam isto) mas entretanto não se preocupa em conquistar novos fãs. Talvez isso seja um reflexo da data de produção do filme(foi produzido em 2004, quando a banda ainda estava na ativa), por isso não há a preocupação de mostrar o trabalho da banda a uma nova geração.

Duas grandes sacadas do documentário são o de exibir o contexto musical/ cultural na época do lançamento do álbum. E de colocar os especialistas do mercado, equipe da banda e os –na época atuais integrantes Andy Bell e Gem Archer.

O filme também peca por não dar o devido espaço a Liam Gallagher, se centralizando no processo criativo de Noel. Dessa forma, o documentário se revela um retrato belo mas desigual ao não considerar da maneira correta a importância do vocalista.

Pois convenhamos, se Noel compôs as canções FODAS desse álbum, foi a INTERPRETAÇÂO de Liam que contribuiu para eterniza-las no imaginário popular. O diretor até tenta se redimir mais pro fim destacando a figura de Liam Gallagher, não é o suficiente para alguém da sua magnitude.

“Definitely Maybe: The Documentary” é curioso e interessante , mas é mais do mesmo.







segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Live Forever: The Rise and the Fall of Brit Pop



Eu sou muito fã do Oasis em especial de Liam Gallagher. Mas apesar de considerar o Oasis não só uma grande banda, mas também a última banda de rock genuína em muito tempo (posto que a meu ver só seria desbancado pela Beady Eye (a banda liderada por Liam Gallagher após a dissolução do Oasis) Eu nunca havia relacionado à sua musica a fatores sócio-culturais até assistir o documentário “Live Forever: The Rise and the Fall of Brit pop dirigido por John Dower.

O filme remonta o surgimento do que convencionou a chamar de “ BritPop”. Através de um excelente material de arquivo, entrevistas e, sobretudo munido de elementos visuais e sonoros impactantes o documentário reconstrói o surgimento desse movimento pelo nome de duas bandas- Oasis e Blur que se colocaram em lados sociais opostos do ressurgimento da música britânica após o apogeu do grunge nos EUA.

O documentário reafirma essa rivalidade social que havia na música das duas bandas. O Oasis representava a classe trabalhadora e o Blur a burguesia. Mas por debaixo dos  panos havia uma mudança política acorrendo com a saída de Margareth Thatcher o que significava uma mudança e a musica dessas duas bandas representou para as suas respectivas classes a esperança do novo.

O Oasis talvez tenha uma amplitude e aceitação maior porque surgiu em um momento  caótico para a musica mundial após o suicídio de Kurt Cobain e a carência de um novo ídolo genuíno e não pré-fabricado como  o blur era- e ainda é.

O documentário evidencia de forma ágil ou melhor dizendo frenética o surgimento dessas bandas bem como o crescimento da popularidade delas (a medida que sua rivalidade aumentava sendo reforçada pela mídia).

A explosão do movimento se deu quando Oasis e Blur resolveram lançar singles no mesmo dia. Os singles “Roll with it” and Country House respectivamente. Tal fato condicionou as duas bandas a uma posição de dominância do mercado  e acabou colocando todas as outras bandas em compasso de espera ao não tomar partido nessa “Batalha do Brit pop”.

O documentário relaciona o britpop com fatores externos(políticos , sociais e culturais) mas o que faz de “Live Forever: The Rise and the Fall Of Brit pop” é a desconstrução do formato documental engessado. O filme traça um panorama do movimento de forma ágil , utilizando elementos visuais e sonoros em abundância. O filme possui  um ritímo, uma energia vibrante  que pulsa sendo muito bem costurado resultando não só em panorama do movimento mas em um filme cheio de energia vibrante.





Os tempos áureos do Britpop acabaram ou só estão renascendo? Está é a pergunta que fica no final desse ótimo documentário que apesar de ser muito bem costurado como falei anteriormente peca por ser inconclusivo e não abordar o movimento inteiramente.


sábado, 19 de outubro de 2013

Parents



Eu sou um grande fã da Legião Urbana(o nome desse blog é o nome de uma música da banda). A primeira música da banda que eu ouvi foi “Pais e Filhos” e confesso que nunca tinha imaginado que ela daria um filme assim como “FaroesteCaboclo” mas o mineiro Thales Corrêa imaginou e a metafórica canção da banda inspirou o Curta-Metragem “Parents”.

Produzido nos EUA e inteiramente falado em inglês “Parents” utiliza a canção da banda Brasiliense como inspiração para retratar os conflitos familiares e o despertar de uma jovem garota(Coco Joelle Williams) ao mesmo tempo em que precisa lidar com o caos que se tornou a vida conjugal de seus pais(Ludmila Dayer e Heldane Morris).

O diretor Thales Corrêa induz seu filme ao um terreno metafórico e poético tal qual a canção que o baseia. Thales se revela um diretor atento aos mínimos detalhes e extremamente hábil em utilizar as entrelinhas e simbolismos que existem ali para retratar o universo interno de seus personagens especialmente da Garota (Coco Joelle Williams).

O silêncio tem um papel narrativo de grande importância em “Parents”. Ele leva o espectador para o universo interior daqueles personagens ao mesmo tempo que deflagra tanto o despertar daquela menina na difícil tarefa de crescer servindo para dar o tom das suas descobertas quanto retrata o ambiente hostil que a jovem se encontra. O silêncio estabelece e estrutura as relações entre os personagens(ou a falta delas).

O diretor revela uma habilidade em explorar os mínimos detalhes, um exemplo disso é o fato da sua câmera estar quase sempre em movimento a procura de algo, adentrando o cenário sempre com planos descritivos ao mesmo tempo em que utiliza os closes e movimentos de câmera circular para expressar a interação entre os personagens. “Parents” possui cenas recheadas de lirismo e poesia(fato acentuado pela poderosa trilha instrumental) em que a jovem menina se “fecha” em seu mundo particular para escapar dos conflitos que acometem seus pais. Neste e em outros momentos Correa da um tom metafórico e fantástico as cenas como se a jovem estivesse reclusa em sua própria bolha. Bolha esta que é sempre quebrada pelos fatores internos de seu lar.

Thales imprime uma suave agilidade as cenas com a intenção de captar todos os pontos de vista daquele cenário familiar prestes a desabar, para isso utiliza de flashbacks , trucagens e sobreposições de cenas que representam o choque de realidade da protagonista(Coco Joelle Williams) com o seu real conflito familiar.

O fato de o filme ser visto sobre o ponto de vista da menina garante aos espectador um olhar terno e puro sobre a situação que se acomete aquela família.

“Parents” me lembrou muito os longas “Pauline na Praia” do francês Eric Rohmer e “A Deriva” do Brasileiro Heitor Dhalia pela forma com que retrata o despertar da jovem(Coco Joelle Williams).


Agora o que mais me chamou atenção em “Parents” foi a sua bela fotografia. Utilizando um granulado forte e poderoso a fotografia de Tobias Delm ressalta a poesia e o lirismo que permeiam o filme.

Os atores expressam sintonia em cena estando confortáveis e ótimos em seus respectivos papeis. Coco Joelle Williams atua de maneira singela e doce exprimindo graça e ternura em cena. Sua sintonia com Heldene Morris que interpreta seu pai é deliciosa de se assistir.  Heldene, é outra grata surpresa do Curta. Um ator com uma atuação primorosa ao mesmo tempo sensível e delicada.

É ótimo constatar o quão Ludmila Dayer cresceu como atriz. Eu não acompanhava seus trabalhos havia alguns anos e é maravilhsoso ver a sua evolução que acaba resultando em uma atuação segura e controlada bem como a personagem exige. A atriz se empenha em construir a falta de afeto na relação entre ela e Coco Joelle interprete de sua filha. Uma cena em especial me deixou abismado com a capacidade de atuação de Ludmila (que eu não vou contar obviamente mas quando vocês assistirem vão sacar qual é essa cena).


Por fim, concluo que “Parents” é um filme sensível e encantador. Não só por que levou a música da minha banda favorita ao um significado imaginável mas porque a sensibilidade e poesia que Thales Corrêa imprime em seu curta me emocionou.    






terça-feira, 16 de julho de 2013

Start Anew



Após a dissolução do Oasis em 2009 os irmãos Gallagher seguiram caminhos diferentes. Enquanto Noel formou o “High Flaying Birds” Liam em conjunto com os integrantes remanescentes Gem Archer, Andy Bell e Chris Sharrock o Beady Eye.

Lançando o seu segundo disco intitulado “BE” em 2013 a banda ganhou o documentário de curta metragem “Start Anew” – mesmo nome de uma das canções do disco. Dirigido por Alex Hoffman.

O documentarista acompanha a banda durante a preparação e pré- divulgação do disco. Hoffman constrói nos 27 minutos do curta um terreno neutro para que a banda possa revelar seu intimo e demonstrar a sua qualidade artística. Hoffman acaba por realizar um panorama do processo criativo da banda.

É claro que as comparações com o Oasis é um tema recorrente do curta e os integrantes deixam clara a liberdade artística que existe na banda- ao contrario do Oasis onde Noel era possessivo e controlador.
Essa mesma liberdade que existe na banda é que o documentarista confere ao curta permitindo assim que os integrantes se expressem tal como são e falem sem rodeios sobre todo e qualquer assunto em um ambiente neutro e descontraído.

Hoffman tem uma opção interessante de não interferir no contexto do filme, sua presença ali é quase imperceptível e que faz toda a diferença no sentido que ele transmite o controle do filme para a banda e da ao espectador uma perspectiva “Backstage”.

O documentário retrata com notável agilidade a pré estreia do álbum e mais os ensaios, a harmonia entre os integrantes, sua ansiedade.

Um aspecto bastante resaltado em “Start Anew” é a diferença entre o Beady Eye e o Oasis e as inúmeras comparações que fazem entre as duas bandas. De fato são projetos bastante diferentes e o Beady Eye é uma banda muito mais evoluída musicalmente e há uma diferença gigantesca na sonoridade e nos riffs e acordes. É uma simbiose harmônica.

O dinamismo e o magnetismo imposto nas imagens em conjunto com a agilidade da montagem acabam por ressaltar a potencia e qualidade musical da banda, funcionando como um registro da sua evolução musical nos momentos que antecedem o lançamento do álbum.

Uma coisa que me impressiona em documentários musicais e em “Start Anew” funciona perfeitamente é o fato do fã ser uma parte integrante do filme para que possam ter todas as perspectivas dentro do filme.

Um fator reforçado pelo documentário é o que o Beady Eye é um projeto único de qualidade artística incomparável e certamente a banda tem uma sonoridade impressionante jamais vista antes. A experiência musical dos integrantes acabou por resultar em uma banda entrosada e com uma sonoridade visceral.

“Start Anew” acaba por se tornar um registro verdadeiro de uma banda que caminha em direção ao sucesso com sonoridade única buscando construir sua marca. Nunca olhar pros bastidores foi tão divertido.










sexta-feira, 28 de junho de 2013

O Lixo e a Fúria




Os Sex Pistols tiveram uma curta duração (cerca de 26 meses) e seus talentos e habilidades artísticas eram naturalmente duvidosos. Porém, pode se dizer que eles estavam no lugar certo na hora certa. O ano era 1977 e os Sex Pistols eram o símbolo de revolta e inconformismo contra as leis e principalmente contra a coroa Britânica em um movimento que se tornaria o movimento Punk.

Fechando a trilogia do cineasta inglês Julien Temple sobre a celebre banda “O Lixo e a Fúria” funciona como um retrato do inicio do movimento punk, mas principalmente como um acerto de contas da banda com o seu empresário Malcon McLaren.

Construído a partir de imagens de arquivo e entrevistas com os membros remanescentes vivos e com Malcolm McLaren Julien Temple construiu o documentário com base em uma estética experimental e porque não dizer suja e grotesca o que condiz com a imagem da banda.

Temple imprimiu ao documentário uma agilidade veroz, adotando essa opção estética quase mambembe caracterizada pela falta de tratamento das imagens e apelo visual gritante. De fato as imagens captadas pelo diretor tem um aspecto de colagem das imagens aqui exibidas. Mais do que isso, o documentário de Temple é dotado de uma agilidade narrativa que beira o inasistivel. As imagens são muitas vezes desfocadas acompanhadas por uma fotografia forte que serve aqui como um importante aliado da direção experimental e raivosa de Temple.


Aqui, as palavras de ordem parecem ser velocidade e fúria como o próprio titulo diz. Temple prima pela desconstrução da montagem a todo o momento garantindo ao longa um efeito clipado além de usufruir de diversos elementos para realizar a sua costura sobre a banda tais como: Animações e justaposição de cenas o que fortalece o caráter experimental da obra. O filme possui um frenesi caótico que acompanhado da sujeira visual causam repulsa e desconforto (eu não sei vocês, mas eu não gosto de ver pessoas cuspindo no palco) acabam por marcar o estilo de Temple e da própria banda.

Literalmente o ultimo tiro dos Pistols.










sábado, 11 de agosto de 2012

Singles - Vida de Solteiro



Cameron Crowe é um diretor que tem a musica (especialmente o Rock) nas veias, e isso já pode ser visto em um de seus primeiros filmes, Singles - Vida de solteiro (Singles, no original).

 A trama de Singles conta a historia de jovens que vivem em Seattle no inicio dos anos 90, onde jovens moram em um conjugado de apartamentos, tendo como pano de fundo a explosão do movimento Grunge. 



Linda Powell (Kyra Sedgwick) celebra sua independência quando de repente se apaixona por um estrangeiro que está prestes a voltar para o seu país. Eles fazem juras de amor eterno até que ela flagra uma traição do rapaz. Magoada, Linda resolve se focar em seu trabalho como ecologista, até que em um show conhece Steve (Campbell Scott), rapaz que assim como ela sofreu uma decepção amorosa.



 Janet Livemore (Bridget Fonda) é uma jovem empenhada em conseguir a atenção do namorado Cliff Poncier (Matt Dillon), líder de uma banda grunge local. Já Debbie (Sheila Kelley) é uma jovem em busca do amor, usando meios pouco convencionais para encontra-lo.



Em Singles Cameron Crowe fez um filme sobre o que conhece de melhor: musica e relacionamento humano.



Crowe centralizou a trama em um pequeno grupo de jovens e dessa forma pode trabalhar melhor as entrelinhas presentes na narrativa.  Cameron Crowe foi extremamente hábil ao construir um filme simples na forma, mas grandioso em seu conteúdo. Cameron imprimiu no longa agilidade ao por planos curtos e pela montagem paralela. A opção pela montagem e pela sucessão rápida de planos foi sem duvida o primeiro dos muitos acertos que o diretor fez em Singles.

Os planos descritivos aparecem com frequência no longa, acompanhados dos modos de câmera circular e panorâmica, dando ao espectador a exata noção do ambiente e das vivencias dos personagens. A montagem paralela com o movimento grunge de pano de fundo confere ao longa o ritmo necessário.



O uso de closes é outro ponto forte de Singles. Este elemento foi aqui utilizado para introduzir os personagens e seus respectivos plots a narrativa, focalizando em seus rostos para que eles pudessem “Contar” as suas historias. 



A fotografia de Singles a cargo de Tak Fujimoto e  Ueli Steiger foi neutra na maioria do tempo com exceção de algumas cenas.

Cameron Crowe é um diretor que tem na trilha sonora, um dos elementos-chave presente nos seus trabalhos como diretor. Em Singles por se tratar de um filme sobre o movimento grunge e Seattle, não poderia faltar o Alice in Chains com a canção “Would?” (Cameron Crowe inclusive dirigiu o clipe dessa canção, incluindo cartazes do filme no clipe).

 Outra canção que se destaca na trilha é “Waiting for Somebody de Paul Westerberg.



O elenco inteiro teve o seu momento de brilhar, todos os atores defenderam bem seus personagens com destaque para Kyra Sedgwick (Linda), Campbell Scott (Steve), Matt Dillon (Cliff Poncier) e Bridget Fonda (Janet).





Em seu segundo trabalho como diretor, Cameron Crowe já deixava claro a sua capacidade de dirigir e contar historias. A pura verdade é que Crowe construiu um filme aparentemente simples e singelo, mas poderoso e atraente se observarmos as entrelinhas. Foi aqui que Crowe nos mostrou a sua marca como diretor, aquela que pode ser vista (com muito mais clareza obviamente) em Quase Famosos.



sábado, 28 de abril de 2012

Punk´s not dead



 

faça você mesmo” esse era o lema do movimento punk. Jovens que ansiavam por seu lugar no mundo, não se adequavam ao “sistema“, não gostavam de seguir regras e principalmente, não se adequavam com a musica que era executada.

Então eles resolveram fazer eles mesmos um som com o qual se identificassem com forte crítica social e onde o principal não era como se tocava, mas sim o que se cantava.

Bandas como o sex pistols e ramones foram os percussores do movimento punk, seguidos por bandas como NOFX e Bad Religion entre outras.

O gênero musical ganhou adeptos e cresceu consideravelmente saindo das fronteiras regionais, modificou o estilo de se vestir e ganhou subgêneros.

Foi pensando na importância desse estilo musical, que o diretor Susan dyner, um fã confesso do gênero dirigiu esse documentário que traça um panorama do punk rock através de imagens de arquivo, concertos e entrevistas com fãs e bandas, o diretor monta um painel do punk rock desde seus primórdios, evoluções, a chegada ao mainstream...

O diretor Susan Dyner munido de um rico material de arquivo, conferiu filme um dinamismo e agilidade impressionantes.

Susan dividiu o documentário por fases, acompanhando a evolução do punk por meio de bandas representativas do período.

 

As entrevistas acabam recaindo em uma pergunta inevitável: ainda faz sentido ser punk hoje em dia ou a proposta ideológica do principio se perdeu?

Vale ressaltar o trabalho de tratamento das imagens de arquivo. Excelente.

Super recomendo o documentário para todos, sendo fã de punk rock, ou não, pois o filme é além de tudo uma viagem cultural.