quinta-feira, 13 de junho de 2013

Sou Feia Mas Tô na Moda


O funk é um ritmo musical que veio das comunidades, das favelas. Contudo, sofre com o preconceito e tarja de vulgar e de que faz apologia ao sexo. Para acabar com esses preconceitos e tarjas que os mc´s carregam a cineasta Denise Garcia dirigiu o documentário “Sou Feia mas Tô na Moda” em que mergulha no universo do funk carioca em seu próprio território com o objetivo de dar voz a essas pessoas marginalizadas e quebrar tabus.

Ancorado por Deise Tigrona, o filme adentra a comunidade Cidade de Deus com o objetivo de desmistificar os preconceitos que rondam o universo do funk tais como a marginalidade e como dito acima se as músicas fazem ou não apologia ao sexo. Entretanto, uma questão maior e mais importante é levantada: Se essas mulheres que cantam sexo sem cerimônia seriam as representantes de um feminismo moderno.
A diretora Denise Garcia de posse da sua câmera nervosa acompanha a rotina desses mcs e moradores da Cidade de Deus no Rio de Janeiro assim contextualizando o terreno de onde versos marginalizados (porém escutados em qualquer classe social foram criados).

Denise fez duas escolhas que foram essenciais para o sucesso do seu documentário. Primeiro: colocou a funkeira Deise Tigrona como ancora fato esse que ajudou a “quebrar o gelo” entre os outros mc´s moradores da comunidade e garante ao filme um aspecto muito pessoal e próximo do espectador. Segundo: A “Sujeira visual” que as imagens possuem contextualiza a raiz das letras. Como eles mesmos dizem “a gente canta o que a gente vive” seja o sexo exacerbado de grupos e Mcs como Tati Quebra Barraco, Deise Tigrona e o grupo Gaiola das Popozudas ou os funks de protesto como é o caso da dupla Cidinho e Doca do hit “Rap da Felicidade“.

Um ponto interessante que o documentário aborda com propriedade (e nesse sentido é preciso parabenizar a documentarista Denise Garcia por evidenciar os diversos lados da cultura do funk) é que o filme evidencia a evolução do gênero não só no Brasil, mas principalmente ao redor do mundo. Nesse quesito a presença do DJ Malboro é essencial, pois sendo ele a figura responsável por levar o gênero ao maior nível de reconhecimento (inclusive no âmbito internacional como é mostrado no documentário).

A proposta da diretora Denise Garcia é extremamente bem-vinda. Principalmente por quebrar barreiras, desfazer a imagem negativa que essas pessoas tem aos olhos dos outros, são realmente marginalizados. Acredito que o documentário faz muito mais do que entreter e desmistificar os funkeiros. Abre caminho para uma discussão política, social acerca de temas como as favelas e o feminismo muito importantes nesse momento.











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