quinta-feira, 18 de julho de 2013

O Cavaleiro Solitário




Franquias e parcerias cinematográficas é algo recorrente em Hollywood e com a Disney não é diferente. Essa é a base promocional de “O Cavaleiro Solitário” baseado em uma série para o rádio que já teve adaptações para a televisão. Unindo o diretor e o produtor da franquia de maior sucesso da Disney “Piratas do Caribe” Gore Verbinski e Jerry Bruckheimer. E ainda o astro daquela franquia Johnny Depp.

Ambientado nos anos 30 em uma terra no oeste repleta de corrupção “O Cavalheiro Solitário” trata de uma improvável união: do índio Tonto (Johnny Depp) e do benfeitor John (Armie Hammer) que busca vingança pelo assassinato do seu irmão sob a alcunha de “O Cavalheiro Solitário” formando com Tonto uma improvável, porém imbatível dupla em busca de justiça.

O diretor Gore Verbinski induz um ritmo acelerado à trama logo no seu inicio investindo em planos abertos e descritivos, pautados sobre um travelling e um movimento de câmera aéreo que garantem um tom épico e heroico á narrativa.

Sendo um filme contado em flashback por um Tonto já de meia-idade, os cortes sobrepostos e os flashbacks bem estruturados por Verbinski necessitariam de uma boa montagem que trabalharia a estrutura narrativa do longa. A montagem acaba por destruir a tensão dramática ao logo nos primeiros minutos do longa cortar ação ao recorrer a uma cena do velho Tonto contando a sua historia a um garoto justo num momento inoportuno.


A trilha sonora de Hans Zimmer investe em canções longas e clássicas, muitas vezes somente instrumentais para construir o pano de fundo para a jornada épica dos protagonistas.

A fotografia de Bojan Bazelli investe em um granulado e uma luminosidade forte nas cenas noturnas. Entretanto, é ai que mora o problema. Bazelli usa uma cor tão escura que acaba por tornar os atores invisíveis em cena.

O roteiro escrito á seis mãos por Justin Haythe, Ted Elliott e Terry Rossio constrói com cuidado e de maneira gradativa a relação entre os protagonistas Tonto (Johnny Depp) e John (Armie Hammer). Também há um cuidado com a questão temporal do filme, “situando o espectador”. Infelizmente, esse artifício é destruído pela montagem. Uma pena.

Johnny Depp está mais uma vez brilhante na sua atuação. Dessa vez como o índio Tonto. Impressionante como o ator realmente incorpora personagens e aqui não é diferente, pois Depp capta os trejeitos do índio com naturalidade e usando de um humor característico e pelicular.
 Harmie Hammer possui entrosamento e química cênica com Depp além de desempenhar bem seu papel á solo. Porém o ator demora a agir com naturalidade estando muito travado em suas primeiras cenas. Entretanto, quando se solta domina o personagem completamente.

Ruth Wilson interpreta Rebecca a cunhada de John com força cênica.  Além de trabalhar as nuances da sua personagem com maestria. É interessante observar a curva dramática da personagem que começa uma mulher reprimida e depois acaba se tornando forte e combatente. Bryant Prince (Danny) o filho de Rebecca é outro que atua com desenvoltura apesar da pouca idade. Prince atua de maneira singela e pueril. O ator também trabalha a força dramática e a evolução do personagem de maneira naturalista.

Helena Bonham Carter tem uma participação extravagante e marcante como Red uma pin-up do velho oeste –ou seria cafetina? Não isso não é uma personagem saída de um filme do Tim Burton ou de “Planeta Terror” apesar de parecer.

O saldo final de “O Cavalheiro Solitário” é positivo. Um filme envolvente que sobrevive aos percalços no seu caminho e apesar de se revelar demasiado cansativo a partir do terceiro ato eu gostaria muito que “O Cavaleiro” se torna-se uma franquia. Uma pena que isso raramente venha a acontecer.  


 


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