O que você faria se tivesse a chance
de voltar a vida de estudante? E melhor ainda, fosse a faculdade? , coisa que
não fez quando saiu do colegial, seus antigos estereótipos sociais fariam você voltar
a velha forma?
Essa é a premissa de “Anjos da Lei 2”,
sequência da versão cinematográfica pra popular serie de TV estrelada por
Johnny Depp nos anos 80.
Com a dupla Phil Lord e Chris Miller
de volta a direção e com o filme novamente estrelado por Jonah Hill e Channing
Tatum como os amigos Schimidt e Jenko, a
continuação consegue ser ainda melhor.
Há claramente uma evolução do
primeiro filme pra este, o que o torna mais atraente , unido é claro a uma
serie de fatores.
Lord e Miller conseguem desenvolver e
evoluir o longa de maneira crescente. Os diretores souberam incluir um maior
ritmo na narrativa fílmica em uma dose maior do que no primeiro filme. há uma
energia, um dinamismo e agilidade em alto nível que foi inexistente no primeiro
longa.
Parte desse dinamismo se deve as gags
cômicas, é claramente perceptível o quanto os diretores estão mais confortáveis
com a temática proposta, sendo capazes de tornar a comicidade do enredo algo
mais natural. -As cenas da prisão, da fraternidade e da “viagem psicodélica”de
Schmidt e Jenko são bons exemplos disso.
O fato de Phil Lord e Chris Miller estarem mais confortáveis
com “o tempo da comédia”, bem como o tipo de humor do longa permitiu que a
dupla executasse uma ótima direção de atores , trazendo mais naturalidade para
a narrativa e para própria interpretação de Channing Tatum e Jonah Hill que
puderam elevar sua “química” cênica a um nível muito mais elevado , possibilitando
um notável desenvolvimento de personagens.
Lord e Miller possuem uma destreza incrível
na direção do longa. Não só pelo fato de conferir ritmo e dinamismo ao filme
mas sobretudo, pela própria condução da cenas cheias de ritmo, agilidade, a
habilidade de desenvolver os plots independentemente tendo a sagacidade de
brincar com as gags e com os clichês dos filmes de gênero de forma inteligente.
O trio de roteiristas Oren Uziel,
Rodney Rotman e Michael Bacali(que co-escreveu o argumento com Jonah Hill),
souberem inserir temáticas importantes da juventude sob a ótica inteligente e
leve do humor, tais como: Bullying, diferentes grupos sociais no ambiente acadêmico
e o valor da amizade. O próprio fato de existir uma fraternidade no enredo do
longa, pode ser encarado como uma metáfora para os ritos de passagem e os estereótipos
pelos quais somos tachados na juventude.
Um elemento interessante do roteiro
que se manteve nessa sequencia e em níveis mais altos são as menções a cultura
pop. Citações a série policial de comédia “Troops” e a o homem- arranha são o
ponto alto.
Eu particularmente acho cada vez mais
interessante- e valido , os filmes de comédia adolescente abordarem questões do
cotidiano dos jovens nas suas entrelinhas, sobretudo por três motivos. Os
dilemas pelos quais os jovens passam são universais, o jovem é o principal consumidor
desse tipo de comédia, digamos mais liberal e o próprio humor garante uma
leveza a temática que é muito bem vinda.
A julgar pelo ótimo filme e pelos
créditos finais- eu espero que aquilo não tenha sido uma mera brincadeira- teremos
uma continuação, pela qual aguardo ansioso.