Ontem, 16 de agosto foi aniversário de Charles Bukowski, esta resenha é
em homenagem a ele. O escritor Charles Bukowski, ganhou notoriedade pelo o seu
estilo realista (às vezes até demais). Sua obra possui caráter autobiográfico e
é extremamente corrosiva, no sentido de que a obra do autor retrata a sociedade
pela sua escória, garantindo assim uma linguagem simples e direta.
Algumas das obras de Bukowski são centradas no personagem Henry Chinaski,
o alter-ego do autor. A popularidade de
seus escritos foi tanto , que Charles Bukowski foi convidado a levar seu mais
famoso personagem as telas do cinema no filme Barfly– Condenados pelo vicio.
Henry Chinaski (Mickey Rourke) é um sujeito das ruas, passa os dias
perambulando os bares, arranjando brigas e vivendo em quartos de hotéis baratos.
É na escoria da sociedade que Henry encontra inspiração para escrever seus
contos é lá também que Henry conhece Wanda (Faye Dunaway), com quem tem um relacionamento
destrutivo. Porém com a descoberta dos contos de Henry pela agente Tully (Alice
Krige), tudo ganha maiores proporções.
Barbet Schroeder foi o responsável por levar o
alter-ego de Charles Bukowski as telas do cinema e o faz mantendo a essência da
obra do velho safado. Berbet Schroeder predominou os planos gerais e plano médio.
Além da câmera panorâmica na condução do filme, priorizando a escolha de locações
externas com cenários realistas das ruas, indo de encontro com a obra de
Bukowski, para isso utilizou elementos como o contra-plongeê, dando a atmosfera crua das obras de Bukowski.
A fotografia de Robby Müller, não recebeu maior aprimoramento estético. Mas talvez esta escolha de “Sujar” a imagem tenha sido intencional, indo de encontro com a atmosfera da trama.
Um acerto do diretor foi incorporar no filme, a figura do narrador over. Neste caso aos pensamentos e textos do protagonista Henry Chinaski (Mickey Rourke).
O roteiro de Barfly é de autoria do próprio Bukowski. Tal fato garantiu ao longa personagens criveis um enredo aproximado da literatura nua e crua, sua marca registrada. Além de diálogos memoráveis.
Quanto ao elenco, Mickey Rourke se entrega ao seu papel de maneira sem igual, garantindo assim uma interpreçao visceral. Tal como ele Faye Dunaway, (Wanda) empresta ao seu papel força dramática (embora de maneira mais comedida). Cabe a Alice Krige (Tully), a outra ponta do triangulo o equilíbrio e Alice imprime exatamente essa nuance ao seu papel.
J.C. Quinn (Jim) e Frank Stallone (Eddie) são outros que se destacam.
Barfly ganha força a ser analisado como um reflexo da obra de Charles Bukowski (ou dele próprio, afinal sua obra é essencialmente autobiográfica). Acabando por se tornar um “Cult movie” ao longo dos anos marcado por um realismo gritante.
Obs: A experiência a frente do roteiro de Barfly, inspirou bukowski a escrever o romance “Hollywood” (que não pude ler ainda).
Nenhum comentário:
Postar um comentário