sábado, 11 de agosto de 2012

Singles - Vida de Solteiro



Cameron Crowe é um diretor que tem a musica (especialmente o Rock) nas veias, e isso já pode ser visto em um de seus primeiros filmes, Singles - Vida de solteiro (Singles, no original).

 A trama de Singles conta a historia de jovens que vivem em Seattle no inicio dos anos 90, onde jovens moram em um conjugado de apartamentos, tendo como pano de fundo a explosão do movimento Grunge. 



Linda Powell (Kyra Sedgwick) celebra sua independência quando de repente se apaixona por um estrangeiro que está prestes a voltar para o seu país. Eles fazem juras de amor eterno até que ela flagra uma traição do rapaz. Magoada, Linda resolve se focar em seu trabalho como ecologista, até que em um show conhece Steve (Campbell Scott), rapaz que assim como ela sofreu uma decepção amorosa.



 Janet Livemore (Bridget Fonda) é uma jovem empenhada em conseguir a atenção do namorado Cliff Poncier (Matt Dillon), líder de uma banda grunge local. Já Debbie (Sheila Kelley) é uma jovem em busca do amor, usando meios pouco convencionais para encontra-lo.



Em Singles Cameron Crowe fez um filme sobre o que conhece de melhor: musica e relacionamento humano.



Crowe centralizou a trama em um pequeno grupo de jovens e dessa forma pode trabalhar melhor as entrelinhas presentes na narrativa.  Cameron Crowe foi extremamente hábil ao construir um filme simples na forma, mas grandioso em seu conteúdo. Cameron imprimiu no longa agilidade ao por planos curtos e pela montagem paralela. A opção pela montagem e pela sucessão rápida de planos foi sem duvida o primeiro dos muitos acertos que o diretor fez em Singles.

Os planos descritivos aparecem com frequência no longa, acompanhados dos modos de câmera circular e panorâmica, dando ao espectador a exata noção do ambiente e das vivencias dos personagens. A montagem paralela com o movimento grunge de pano de fundo confere ao longa o ritmo necessário.



O uso de closes é outro ponto forte de Singles. Este elemento foi aqui utilizado para introduzir os personagens e seus respectivos plots a narrativa, focalizando em seus rostos para que eles pudessem “Contar” as suas historias. 



A fotografia de Singles a cargo de Tak Fujimoto e  Ueli Steiger foi neutra na maioria do tempo com exceção de algumas cenas.

Cameron Crowe é um diretor que tem na trilha sonora, um dos elementos-chave presente nos seus trabalhos como diretor. Em Singles por se tratar de um filme sobre o movimento grunge e Seattle, não poderia faltar o Alice in Chains com a canção “Would?” (Cameron Crowe inclusive dirigiu o clipe dessa canção, incluindo cartazes do filme no clipe).

 Outra canção que se destaca na trilha é “Waiting for Somebody de Paul Westerberg.



O elenco inteiro teve o seu momento de brilhar, todos os atores defenderam bem seus personagens com destaque para Kyra Sedgwick (Linda), Campbell Scott (Steve), Matt Dillon (Cliff Poncier) e Bridget Fonda (Janet).





Em seu segundo trabalho como diretor, Cameron Crowe já deixava claro a sua capacidade de dirigir e contar historias. A pura verdade é que Crowe construiu um filme aparentemente simples e singelo, mas poderoso e atraente se observarmos as entrelinhas. Foi aqui que Crowe nos mostrou a sua marca como diretor, aquela que pode ser vista (com muito mais clareza obviamente) em Quase Famosos.



Um comentário:

  1. Grande filme! Retrata como poucos os míticos - e também saudosos - anos 90 e, à tira-colo, a explosão do que se convencionou se chamar de 'Movimento Grunge'.

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