Cameron Crowe é um diretor que tem a musica (especialmente o Rock) nas
veias, e isso já pode ser visto em um de seus primeiros filmes, Singles - Vida
de solteiro (Singles, no original).
A trama de Singles conta a
historia de jovens que vivem em Seattle no inicio dos anos 90, onde jovens
moram em um conjugado de apartamentos, tendo como pano de fundo a explosão do
movimento Grunge.
Linda Powell (Kyra Sedgwick) celebra sua independência quando de
repente se apaixona por um estrangeiro que está prestes a voltar para o seu
país. Eles fazem juras de amor eterno até que ela flagra uma traição do rapaz.
Magoada, Linda resolve se focar em seu trabalho como ecologista, até que em um
show conhece Steve (Campbell
Scott), rapaz
que assim como ela sofreu uma decepção amorosa.
Janet Livemore (Bridget Fonda) é
uma jovem empenhada em conseguir a atenção do namorado Cliff Poncier (Matt
Dillon), líder de uma banda grunge local. Já Debbie (Sheila Kelley) é uma jovem em busca do amor, usando meios pouco convencionais para
encontra-lo.
Em Singles Cameron Crowe fez um filme sobre o que conhece de melhor:
musica e relacionamento humano.
Crowe centralizou a trama em um pequeno grupo de jovens e dessa forma
pode trabalhar melhor as entrelinhas presentes na narrativa. Cameron Crowe foi extremamente hábil ao
construir um filme simples na forma, mas grandioso em seu conteúdo. Cameron
imprimiu no longa agilidade ao por planos curtos e pela montagem paralela. A opção
pela montagem e pela sucessão rápida de planos foi sem duvida o primeiro dos
muitos acertos que o diretor fez em Singles.
Os planos descritivos aparecem com frequência no longa, acompanhados dos
modos de câmera circular e panorâmica, dando ao espectador a exata noção do
ambiente e das vivencias dos personagens. A montagem paralela com o movimento
grunge de pano de fundo confere ao longa o ritmo necessário.
O uso de closes é outro ponto forte de Singles. Este elemento foi aqui
utilizado para introduzir os personagens e seus respectivos plots a narrativa,
focalizando em seus rostos para que eles pudessem “Contar” as suas
historias.
A fotografia
de Singles a cargo de Tak Fujimoto e Ueli
Steiger foi neutra na maioria do tempo com
exceção de algumas cenas.
Cameron
Crowe é um diretor que tem na trilha sonora, um dos elementos-chave presente
nos seus trabalhos como diretor. Em Singles por se tratar de um filme sobre o
movimento grunge e Seattle, não poderia faltar o Alice in Chains com a canção “Would?”
(Cameron Crowe inclusive dirigiu o clipe dessa canção, incluindo cartazes do
filme no clipe).
Outra canção que se destaca na trilha é “Waiting
for Somebody de Paul Westerberg.
O
elenco inteiro teve o seu momento de brilhar, todos os atores defenderam bem
seus personagens com destaque para Kyra Sedgwick (Linda), Campbell Scott (Steve), Matt Dillon (Cliff Poncier) e Bridget Fonda (Janet).
Em seu segundo trabalho como diretor, Cameron Crowe já deixava claro a
sua capacidade de dirigir e contar historias. A pura verdade é que Crowe construiu
um filme aparentemente simples e singelo, mas poderoso e atraente se
observarmos as entrelinhas. Foi aqui que Crowe nos mostrou a sua marca como diretor,
aquela que pode ser vista (com muito mais clareza obviamente) em Quase Famosos.
Grande filme! Retrata como poucos os míticos - e também saudosos - anos 90 e, à tira-colo, a explosão do que se convencionou se chamar de 'Movimento Grunge'.
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