Após anos de tentativas, On The Road, a obra-simbolo de Jack Kerouac finalmente chega à tela grande, primando pela falta de linearidade, assim como a obra na qual se baseia.
O Jovem escritor Sal Paradise (Sam Riley), almeja escrever seu primeiro livro. Após a morte de seu pai, Sal conhece Dean Moriarty (Garrett Hedlund), um jovem com espírito transgressor e avesso as regras impostas pela sociedade, com quem embarca em uma viagem pela costa dos Estados Unidos em busca de liberdade e autoconhecimento, contando ainda com Marylou (Kristen Stewart), a libertária esposa de Dean. Juntos, os três embarcam em uma viagem marcada pela busca incessante pela liberdade, álcool, drogas, jazz e sexo.
Francis Ford Copolla possuía os direitos da obra- prima de Jack Kerouac para o cinema desde 1957. Porém não encontrava ninguém capaz de transformar a obra símbolo da geração Beat em um filme a altura do livro. Copolla então ao assistir o Road-movie diários de motocicleta dirigido por Walter Salles (que tem grandes experiências em filmes deste gênero), convidou-o para dirigir On The Road.
Walter Salles imprimiu ao filme uma direção livre e orgânica, optando por utilizar a câmera panorâmica e a stedy cam, colocando assim o espectador dentro da ação, além de conferir agilidade e uma sensação de frenesi as sequências.
A montagem paralela permitiu que o diretor trabalhasse a individualidade dos personagens (especialmente Sal e Dean (Garrett Hedlund). A montagem também favoreceu a questão do tempo de ação dramática.
Como o filme foi gravado na estrada, quase sem locações internas era necessário que Walter Salles imprimisse nas cenas uma marca que lhes fosse única. É ai que entra a fotografia. Éric Gautier utilizou um granulado forte e marcante nas cenas diurnas (especialmente durante a viagem dos protagonistas) e uma luminosidade natural e contida nas cenas noturnas. Tudo na medida certa e sem exageros.
O elenco, aliás, estão todos devidamente afinados em suas interpretações. Mais do que isso , as interpretações transbordam vigor e talento.
Tom Sturridge (Carlo Marx) e Viggo Mortensen (Old Bull Lee) são outros personagens que ganham o merecido destaque no enredo , dada a importância de seus personagens para a obra na qual se baseia o filme.
Tom Sturridge tem grande importância na trama, sobretudo no primeiro e segundo atos. Tom dá a Carlo a força e o frenesi dramático esperados e surpreende com a sua atuação ousada e segura. Poderia dizer que Carlo Marx é o contraponto entre Sal Paradise (Sam Riley) e Dean Moriarty (Garrett Hedlund). Já Old Bull Lee (Viggo Mortensen) é a perfeita personificação daqueles personagens da estrada, viajantes e Viggo dá a Old Bull Lee exatamente esta conotação.
Ps: Esta crítica é dedicada a Mayra Dias Gomes, não só pela influencia (mesmo que indireta) que contribuiu para a leitura do romance que deu origem ao filme, pois sem a leitura do livro, eu certamente não teria assistido ao filme. Mas principalmente pela imensa amizade que considero impossível traduzir em palavras, o meu eterno agradecimento.
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