Investigar as origens do nazismo. Esta é o tema proposto em “A fita Branca” (Das Weisse Band), dirigido por Michael Haneke.
O filme se passa em um pequeno vilarejo na Alemanha, onde tudo corria em “harmonia” até acidentes inexplicáveis começarem a acontecer. Digo “harmonia”, porque a violência já está presente, embora não seja explicita aos olhos dos outros.
O filme tem inicio quando o medico da região (Reiner Bock) sofre um acidente ao cair do cavalo, após se enroscar em um arame aparentemente invisível, o desaparecimento misterioso do filho do Barão (Ulrich Takur), Martin (Leonard Proxauf).
Enquanto isso o celeiro é misteriosamente incendiado e o filho do barão é encontrado com marcas de violência também sem explicação.
Acontece que todos esses acontecimentos são utilizados para desviar a atenção dos moradores para os atos cometidos por aqueles que para o povo estão acima de qualquer suspeita, O barão (Ulrich Takur) é um homem frio que acredita na violência como método de disciplina e o aplica sem dó nem piedade em seu lar e no trabalho.
O medico da cidade por sua vez mantêm um caso extraconjugal com a empregada e abusa sexualmente da filha Anna (Roxanne Duran), além de supostamente ter assassinado a falecida esposa.
Outro homem importante no vilarejo é o pastor (Burghart Klaussner) que sem empenha em garantir a pureza de seus filhos, em especial a de gustav (Thibault Série), quando este começa a se masturbar.
A única pessoa que parece enxergar a raiz dos mistérios acontecimentos é o professor de piano da cidade (Christian Friedel), porém suas teorias sobre o verdadeiro autor das atrocidades o levam a ser visto como um louco.
Com uma visível crítica ao moralismo aos métodos disciplinares, a força de trabalho entre outros infinitos assuntos constitui o panorama traçado pela “A fita Branca”, sobre o período anterior a primeira guerra mundial.
O diretor Michael Haneke tem o claro objetivo de nos provocar, e ele consegue isso no bom e no mau sentido e ele consegue isso. Seja pela fotografia em preto e branco que se revela perturbadora e irritante ao telespectador ou pelo ritmo monótono em que avança a narrativa cansando o telespectador propositalmente.
O fato é que Michael Haneke provoca tanto com o objetivo de causar reflexão, que não chega a lugar nenhum.
Ao colocar nas mãos do telespectador o compromisso de acreditar (ou não) na historia contada (como diz o narrador: “eu não sei se a historia que vou contar aconteceu mesmo” .) Michael Haneke instiga o espectador a descobrir a verdade , embora seus objetivos caiam por terra, quando provoca tédio no espectador com a forma de narrativa e artimanhas usadas e isso deve em especial a fotografia utilizada no longa : Escura demais.
Michael Haneke fez essa escolha para colocar a capacidade de condução do longa em seus atores. E ele realmente tem em “A fita branca” atores fortes, com uma densa capacidade dramática. Mas as brilhantes atuações não tiram a sensação de que a historia poderia ter tomado um rumo diferente (dramaturgicamente falando).
O final confirma todas as minhas suspeitas: não há clímax e muito menos uma resolução plausível. Ai eu me pergunto: Foi proposital deixar o fim entreaberto ou o diretor Michael Haneke deu tantas voltas que já não tinha mais pra ir.
A sensação que fica de “A fita branca” é que um tema que deveria ter tido outra abordagem, o tema delicado e interessante foi jogado fora.
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