Longa encontra sua força na metalinguagem, no humor acido e no carisma de
seus “atores” Protagonistas.
Na infância, John (Mark Wahlberg) era um menino timido e sem
amigos. Em um natal ele desejou ganhar um urso de pelucia que pudesse ser o seu
companheiro. Mais que isso, desejou que Ted(voz de Seth
MacFarlane) ganhasse vida, jurando que se isso acontecesse ele e Ted
seriam amigos para sempre. Ted ganhou vida e é o amigo inseparavel de John.
Juntos eles falam de sexo , mulheres ,bebem cerveja e fumam maconha,o problema
é que Ted está atrapalhando a vida social de John, especialmente com a sua
namorada Lori (Mila Kunis) que lhe da um ultimato: Ou ela ou Ted.
O criador de uma familia da pesada Seth Macfarlane resolveu descarregar o
humor característico da sua série de TV nas telas do cinema fazendo uma sátira da
própria metalinguagem.
O filme se inicia com um prólogo explicando o inicio do relacionamento de
John com seu urso Ted com o objetivo de situar o espectador do enredo.
Após esse pequeno prólogo a historia salta para a atualidade com John interpretado
por Mark Wahlberg aos 35 anos de idade. Neste momento o filme ganha agilidade
com uma sucessão rápida de planos e situações cômicas que beiram o escracho (no
bom sentido)
O diretor e roteirista Seth Macfarlane utilizou todos os elementos que
estavam ao seu alcance para construir seu filme. Estão lá os flashbacks e até a montagem
paralela aparece em certo momento do filme. Cortes rápidos e precisos dão a
narrativa a agilidade e o frenesi necessários. Entretanto closes e câmeras
altas e baixas aparecem com frequência. A câmera do diretor prioriza os “Atores”
principais a John (Mark Wahlberg) e Ted (com voz do próprio diretor) a todo o
momento.
Macfarlane utilizou-se da metalinguagem a todo o momento inclusive para
criar uma realidade paralela onde Flash Gordon e outros personagens da infância
de John e Ted vivem. Para isso Macfarlane utilizou-se da montagem paralela.
A propósito a montagem paralela se torna um elemento recorrente no
segundo ato quando John e Ted são obrigados a se separar devido ao ultimato de Lori.
A presença de um narrador em off permeia toda a trama, oferecendo ao
espectador uma visão de fora da historia ali contada.
O roteiro escrito a 6 mãos por Seth Macfarlane, Alec Sulkin e Wellesley Wild é repleto de elementos do universo pop (Susan
Boyle e Justin Bieber são algumas das personalidades citadas), com um humor ágil
e diálogos certeiros. Além de construir magnificamente a relação entre os dois
amigos sem soar como uma piada. Pelo contrário a relação entre John e Ted é
bastante crível.
Os roteiristas optaram por centralizar a trama
na relação de John (Mark Wahlberg) com Ted e na reação da namorada de John Lori
(Mila Kunis) perante a relação pouco usual do seu namorado com o brinquedo de infância.
Deste modo Wahlberg se destaca com uma atuação com uma veia cômica acentuada.
É interessante
notar as variações na personalidade de John. Quando está com Ted ele é uma
criança ou um adolescente e quando está no trabalho ou com sua namorada é um
adulto. Mark Wahlberg trabalha as oscilações de seu personagem com maestria.
As cenas de John com Ted são tão hilárias que é extremamente possível acreditar que Ted é realmente real. Por este motivo a equipe de efeitos especiais merece honras assim como o seu diretor Seth Macfarlane que dubla a voz de Ted tanto pelos efeitos especiais quanto pela dublagem impecável.
Mila Kunis (Lori) tem seu devido espaço na
narrativa sem, entretanto interferir na dinâmica que acontece entre Ted e John.
O carisma e presença que Mila empresta a Lori impede que a personagem se torne
uma namorada chata e possessiva. Ainda mais quando Lori entende que os três (ela,
John e Ted) podem e (Precisam) coexistir.
Com um humor politicamente incorreto, sátira inteligente, bons atores, excelente
uso dos efeitos especiais, uma direção criativa (ainda que não seja inovadora
em sua maneira de filmar) e ótimo uso da metalinguagem “Ted” é uma comédia excelente,
a passo que fico no aguardo do retorno de Ted as telonas em uma continuação já aguardada.
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