Franquias e parcerias cinematográficas é algo recorrente em Hollywood e
com a Disney não é diferente. Essa é a base promocional de “O Cavaleiro Solitário” baseado em uma série para o rádio que já teve adaptações para a televisão.
Unindo o diretor e o produtor da franquia de maior sucesso da Disney “Piratas
do Caribe” Gore Verbinski e Jerry Bruckheimer. E ainda o astro
daquela franquia Johnny Depp.
Ambientado nos anos 30 em uma terra no oeste repleta de corrupção “O
Cavalheiro Solitário” trata de uma improvável união: do índio Tonto (Johnny
Depp) e do benfeitor John (Armie Hammer) que busca vingança pelo assassinato do
seu irmão sob a alcunha de “O Cavalheiro Solitário” formando com Tonto uma improvável,
porém imbatível dupla em busca de justiça.
O diretor Gore Verbinski induz um ritmo acelerado à trama logo no seu
inicio investindo em planos abertos e descritivos, pautados sobre um travelling
e um movimento de câmera aéreo que garantem um tom épico e heroico á narrativa.
Sendo um filme contado em flashback por um Tonto já de meia-idade, os
cortes sobrepostos e os flashbacks bem estruturados por Verbinski necessitariam
de uma boa montagem que trabalharia a estrutura narrativa do longa. A montagem
acaba por destruir a tensão dramática ao logo nos primeiros minutos do longa cortar
ação ao recorrer a uma cena do velho Tonto contando a sua historia a um garoto
justo num momento inoportuno.
A trilha sonora de Hans Zimmer investe em canções longas e clássicas,
muitas vezes somente instrumentais para construir o pano de fundo para a
jornada épica dos protagonistas.
A fotografia de Bojan Bazelli investe em um granulado e uma
luminosidade forte nas cenas noturnas. Entretanto, é ai que mora o problema.
Bazelli usa uma cor tão escura que acaba por tornar os atores invisíveis em
cena.
O roteiro escrito á seis mãos por Justin Haythe, Ted Elliott e Terry
Rossio constrói com cuidado e de maneira gradativa a relação entre os
protagonistas Tonto (Johnny Depp) e John (Armie Hammer). Também há um cuidado
com a questão temporal do filme, “situando o espectador”. Infelizmente, esse artifício
é destruído pela montagem. Uma pena.
Johnny Depp está mais uma vez brilhante na sua atuação. Dessa vez como
o índio Tonto. Impressionante como o ator realmente incorpora personagens e
aqui não é diferente, pois Depp capta os trejeitos do índio com naturalidade e
usando de um humor característico e pelicular.
Harmie Hammer possui
entrosamento e química cênica com Depp além de desempenhar bem seu papel á
solo. Porém o ator demora a agir com naturalidade estando muito travado em suas
primeiras cenas. Entretanto, quando se solta domina o personagem completamente.
Ruth Wilson interpreta Rebecca a cunhada de John com força cênica. Além de trabalhar as nuances da sua personagem
com maestria. É interessante observar a curva dramática da personagem que
começa uma mulher reprimida e depois acaba se tornando forte e combatente. Bryant
Prince (Danny) o filho de Rebecca é outro que atua com desenvoltura apesar da
pouca idade. Prince atua de maneira singela e pueril. O ator também trabalha a
força dramática e a evolução do personagem de maneira naturalista.
Helena Bonham Carter tem uma participação extravagante e marcante como
Red uma pin-up do velho oeste –ou seria cafetina? Não isso não é uma personagem
saída de um filme do Tim Burton ou de “Planeta Terror” apesar de parecer.
O saldo final de “O Cavalheiro Solitário” é positivo. Um filme
envolvente que sobrevive aos percalços no seu caminho e apesar de se revelar
demasiado cansativo a partir do terceiro ato eu gostaria muito que “O
Cavaleiro” se torna-se uma franquia. Uma pena que isso raramente venha a
acontecer.
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