segunda-feira, 22 de julho de 2013

O Concurso



Quando uma formula cinematográfica faz sucesso ela é explorada á exaustão. É o caso de “Se Beber Não Case” que após uma trilogia bem sucedida e uma versão teen, chega às terras tupiniquins com “O Concurso” a versão brazuca do Wolf Pack. longa de estreia do diretor de novelas Pedro Vasconcelos.

Quatro rapazes vindos de diferentes regiões do Brasil são os finalistas de uma concorrida e temida prova para se tornar juiz federal são eles Caio (Danton Mello), Bernardo (Rodrigo Pandolfo), Freitas (Anderson Di Rizzi) e Rogério Carlos (Fábio Porchat). Porém por má sorte do destino os quatro irão passar os 3 dias que antecedem a prova juntos e a única coisa que conseguirão pensar é como chegar vivos na segunda feira.


A estreia no cinema do diretor Pedro Vasconcelos tem influencia televisiva. O filme se desenvolve de maneira ágil e possui um dinamismo oriundo da televisão. Um ritmo frenético, muitas gags, cortes sobrepostos e principalmente uma direção ensaiada com a câmera próxima dos atores colocando-os em foco.
Vasconcellos um diretor com um histórico na atuação utiliza da sua experiência cênica para extrair o melhor timming cômico dos atores que atuam com naturalidade (e em um pouco de exagero bem-vindo) no seu terreno coreografado.

E trabalhando em parceria com a direção cênica de Vasconcelos está uma montagem habilidosa que em um primeiro momento se utiliza de um flashforward que acaba por criar um horizonte de expectativas no espectador. Ao passo que o diretor capta essas possibilidades narrativas e as introduz ao seu filme de forma orgânica.

Quando o tempo fílmico se inicia de fato a montagem se estabelece de maneira eficiente ao sobrepor os momentos de “clímax” dos seus protagonistas quando eles estão á solo. Nos momentos em que o grupo se une seria mais fácil para o diretor Pedro Vasconcelos apertar o botão do piloto automático e deixar a situação rolar solta afinal tendo no elenco nomes como Fábio Porchat a gargalhada poderia rolar solta e descontrolada. Mas não é isso que acontece. Vasconcelos direciona esse humor- ou pelo menos tenta direcionar para que ele possa ocorrer de forma livre e orgânica no filme.

O roteiro não apresenta grandes inovações á formula consagrada na trilogia de Todd Philipps. Pelo contrario, além de os personagens apresentarem muitas semelhanças. Muitas das situações e gags apresentadas na trama são colagens da turma do Allan e companhia. Até o timming cômico e o frenesi imprimido nas cenas lembram a famosa trilogia de ressaca.


O elenco consegue imprimir vida própria em personagens carregados de estereótipos. Á começar pelos protagonistas. Danton Mello surpreende positivamente ao encarar o malandro Caio. Principalmente no que diz respeito ao seu personagem ser o motor de quase todas as situações. E Danton interpreta o malandro de forma leve e descontraída imprimindo um humor livre de pudores ao personagem. Fábio Porchat faz de Rogério Carlos um tipo livre e divertido com direito a rir das próprias piadas barristas.

Anderson Di Rizzi é uma surpresa tanto para mim quanto para a maioria do público que não conhecia o ator. Dotado de um perfeito timming de comédia, o ator arranca gargalhadas quando se deixa levar pela comicidade das situações. (A cena de Freitas seu personagem possuído no terreiro de umbanda.)

Rodrigo Pandolfo faz de Bernardo um nerd além dos estereótipos. Investindo nos gestos comedidos e fala pausada. Sua química com Sabrina Sato é de chorar de rir. Sabrina, aliás, é outra que se sai bem como Martinha Pinel (olha o nome) uma dominatrix gostosona que tem fixação pelo personagem de Pandolfo. Sabrina se sai melhor ainda quando encara a persona dominadora de sua personagem. Herança do aprendizado no Pânico. Só desnecessário quando o diretor investe em closes da bunda e das pernas de Sabrina. Apelou.


“O Concurso” é um bom divertimento. Produção bem feita e bem dirigida estrelada por atores talentosos. Só falta á “ O Concurso” algo primordial: Identidade própria.  








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