Daniel Lugo(Mark Wahlberg), um personal trainner fisiculturista ambiciona
ter tudo o que deseja pois acredita ser um realizador. Quando descobre que seu
aluno Victor Kershal(Tony Shalhoub) é um rico
milionário com contas no exterior Lugo e seus amigos Adrian(Anthony Mackie) e
Paul(The Rock) o sequestram e se tornam estelionatários tomando tudo o que é de
Victor, mas a ganância do grupo se revela o ponto fraco do trio.
Eu admito, não conheço o
trabalho de Michael Bay á fundo, mas logo no inicio de “Sem Dor, Sem Ganho” Bay
aparenta ser um cineasta acostumado a comandar grandes produções como este
filme tenta ser. Iniciado como um flashback o longa possui boas tomadas aéreas,
Plongeê e contra-Plongeê além dos cortes ágeis, closes além de um jogo de
câmera que aparece em alguns momentos. Porém, “Sem dor, Sem Ganho” é um filme
com inúmeros erros.
O principal percalço no caminho de “Sem Dor,
Sem Ganho” é a sua montagem que tem a pretensão de ser episódica, mas não é
nada mais do que pifa e esdrúxula por picotar as sequencias prejudicando assim
a ação dramática. A montagem acaba impossibilitando o entendimento completo da
narrativa devido a sua “rapidez” que corta as cenas ao meio quebrando o clima e
destruindo o habilidoso trabalho de Michael Bay um cineasta que possui “How –
Know” em comandar grandes produções, mas toda a experiência e habilidade do
diretor são jogadas no limbo por causa da montagem que deveria ser uma aliada
da direção e dar ritmo as cenas, mas ao contrário só atrapalha o desenrolar do
filme.
O roteiro escrito a quatro mãos por Christopher Markus e
Stephen McFeely é pouco inspirado conseguindo algum
feito pelas citações e menções que faz a cultura pop como “O Poderoso Chefão”,
“Scarface” e “Um Maluco no Pedaço”. Em termos narrativos a trama começa bem
estruturada quando se utilizam de flashforwards , flashbacks e algumas elipses, mas
infelizmente não se sustenta caindo no lugar comum com piadas machistas e de mau
gosto. A opção pela figura do narrador é
o que mantêm o filme em muitos momentos.
Mais ainda porque o narrador sempre troca de locutor permitindo assim que todos os personagens possam ocupar essa função de modo a expressar o seu ponto de vista sobre a ação dramática. Outra coisa que provoca irritação é a necessidade incessante do roteiro explicar tudo a todo o momento e de forma telegrafada. Quanto aos diálogos eles beiram o nonsese que acabam provocando risos ainda que involuntários.
Se tem algo que passa ileso
pela montagem e outros equívocos é o entrosamento cênico que cerca o elenco o
que prova que além de ser hábil em dirigir grandes produções Michael Bay também
é um bom diretor de atores. Mark Wahlberg faz de Daniel Lugo o cérebro da
quadrilha. A maneira como Wahlberg sobressai às facetas do personagem
gradativamente é sensacional fazendo do ator não só o melhor do elenco, mas
também o motivo pra se assistir o filme até o final.
Anthony Mackie (Adrian)
conduz o seu personagem ressaltando sua veia cômica afiada tratando o problema
de disfunção erétil de seu personagem com comicidade e funcionando como um
contraste para o seu estereótipo “Bombado”. Aliás, explorar estereótipos é algo
que o longa faz de maneira recorrente.
The Rock é quem tem o personagem com maiores conflitos internos, permitindo
que o ator trabalhe as nuances do personagem. E The Rock cumpre bem o seu papel
evidenciando os conflitos internos de Paul com maestria.
É difícil encontrar algum saldo positivo em “Sem Dor, Sem Ganho”. Por
mais que Michael Bay tente evidenciar a sua direção ela passa batida. Pensando
bem “Sem Dor, Sem Ganho” vale somente pela presença do Mark Wahlberg e para o
ator mais uma vez mostrar seu talento.
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