segunda-feira, 30 de abril de 2012

Sociedade dos Poetas Mortos





Carpe diem (aproveite o dia) é o lema explícito no filme Sociedade dos poetas mortos (Dead Poets Society), dirigido por Peter Weir e lançado em 1989.


O filme enfoca na historia de jovens rapazes que estudam em uma conservadora escola, a academia welton cujos pilares são definidos por seu diretor como:“tradição, honra, disciplina e excelência”


.
 
Estes jovens que anseiam por liberdade e buscam poder escolher seu próprio caminho, têm suas vidas mudadas com a chegada do novo professor de literatura, John keating (Robin Willians), um ex-aluno.


 
John, um professor com métodos de ensino nada tradicionais, apresenta aos alunos a expressão “carpe diem“, uma metáfora os incentivando a aproveitar a vida, pois ela passa rápido. Dessa forma, o professor os encoraja a seguir seus sonhos, despertando também o amor pela literatura em seus alunos.


Os jovens inspirados por seu professor acabam por formar a “Sociedade dos poetas mortos” enquanto perseguem seus sonhos individuais.



A direção de Peter Weir é provocadora. Nela se destacam os grandes planos gerais e planos gerais, sobretudo para dar a ideia de submissão que o internato representa. Peter alterna planos curtos e longos, buscando dar agilidade à narrativa linear apresentada. O diretor optou por utilizar no filme a montagem narrativa linear, para que fosse melhor percebido o gradual relacionamento dos alunos com o professor John Keating (Robin Willians). Peter Weir também faz uso da montagem paralela com o objetivo de focar nas ações dos jovens ao mesmo tempo.
 
 


O elenco nos Surpreende com belíssimas atuações no qual destacam-se Robin Willians (John Keating), Robert Sean Leonard (Neil), Ethan Hawke (Todd) e Josh Charles (knox).


O roteiro escrito por Tom Schulman é um dos pontos altos do filme. Tom escreveu o roteiro utilizando a linguagem lírica, além de incluir citações a obras e autores, tais como
Henry David Thoreau, Walt Whitman e Byron.


Tom Schulman não decepcionou ao estrear no roteiro de longas-metragens, capturando a atmosfera repressora da academia welton, construindo diálogos coesos e ao mesmo tempo coerentes com a idade dos jovens protagonistas, contribuindo dessa forma, para que os atores atuassem com naturalidade.
 
 
Todos estes fatores listados acima fazem de sociedade dos poetas mortos, o que ele é hoje: um clássico atemporal que atravessa gerações.

sábado, 28 de abril de 2012

Punk´s not dead



 

faça você mesmo” esse era o lema do movimento punk. Jovens que ansiavam por seu lugar no mundo, não se adequavam ao “sistema“, não gostavam de seguir regras e principalmente, não se adequavam com a musica que era executada.

Então eles resolveram fazer eles mesmos um som com o qual se identificassem com forte crítica social e onde o principal não era como se tocava, mas sim o que se cantava.

Bandas como o sex pistols e ramones foram os percussores do movimento punk, seguidos por bandas como NOFX e Bad Religion entre outras.

O gênero musical ganhou adeptos e cresceu consideravelmente saindo das fronteiras regionais, modificou o estilo de se vestir e ganhou subgêneros.

Foi pensando na importância desse estilo musical, que o diretor Susan dyner, um fã confesso do gênero dirigiu esse documentário que traça um panorama do punk rock através de imagens de arquivo, concertos e entrevistas com fãs e bandas, o diretor monta um painel do punk rock desde seus primórdios, evoluções, a chegada ao mainstream...

O diretor Susan Dyner munido de um rico material de arquivo, conferiu filme um dinamismo e agilidade impressionantes.

Susan dividiu o documentário por fases, acompanhando a evolução do punk por meio de bandas representativas do período.

 

As entrevistas acabam recaindo em uma pergunta inevitável: ainda faz sentido ser punk hoje em dia ou a proposta ideológica do principio se perdeu?

Vale ressaltar o trabalho de tratamento das imagens de arquivo. Excelente.

Super recomendo o documentário para todos, sendo fã de punk rock, ou não, pois o filme é além de tudo uma viagem cultural.


sábado, 21 de abril de 2012

Cazuza- O tempo não para



“Vida louca vida, vida breve, se eu não posso te levar,
quero que você me leve”.

Os versos da canção “vida louca vida” sintetizam bem o que
foi a vida de seu interprete, o cantor cazuza, que morreu de complicações decorrentes
da AIDS em 1990.

O filme autobiográfico Cazuza – O tempo não para foi lançado
em 2004 dirigido por Sandra Werneck e Walter carvalho. O roteiro de Fernando
bonassi e Victor navas teve como ponto de partida o livro “cazuza – só as mães
são felizes”, escrito pela mãe do cantor, Lucinha Araujo.

O filme possui uma narrativa ágil e utiliza de elipses de
tempo sempre que necessário, mantendo o dinamismo e a rapidez, porque afinal como
diz a musica que da titulo ao filme, o tempo não para.

Daniel de oliveira é visceral ao interpretar cazuza (desculpa,
mas não tenho outra palavra para definir a atuação de Daniel). O filme
demonstra o jovem cazuza, inquieto e rebelde, a primeira cena já demonstra sua inquietude,
ele procura na atuação seu lugar no mundo e já na cena seguinte se encontra com
os integrantes do barão vermelho, banda da qual faria parte.

Com uma sucessão rápida de planos e o roteiro vai mostrando
quem foi cazuza e qual era seu espaço (amigos, família, etc.).

O filme mostra um fôlego impressionante ao se revelar como um quebra-cabeça que vai se
montando cena após cena, (você só entende a cena seguinte se estiver assistido
a anterior e assim por diante.).

Os pensamentos de cazuza (Daniel de oliveira) são expostos
ao publico conferindo ao filme a figura do narrador over.

O roteiro de Fernando navas e Victor bonassi é inspirado. Os
diálogos são inteligentes e bem colocados com nada fora do lugar, contendo inúmeras
citações de canções do próprio cantor e de outros artistas e ainda referencias
a obras e autores.

A direção do filme feita a quatro mãos por Sandra Werneck e Walter
carvalho é um show a parte.
Enquanto Sandra
Werneck foi habilidosa na direção de atores, Walter Carvalho trabalhou os
planos com maestria, além de ser responsável pela fotografia do filme.

Como dito , Walter carvalho também foi responsável
pela fotografia do filme e talvez esta tenha sido sua maior contribuição ao
longa.
A fotográfia foi fundamental para resssaltar os pontos de virada do filme. Na primeira parte que evidencia a juventude e
a descoberta profissional do cantor é mais solar, por isso predomina o uso de câmera
na mão e eu efeito granular na imagem, no ponto de virada, onde o foco passa a
ser a AIDS e a pressa de viver do cantor, a câmera na mão é deixada de lado
dando lugar ao movimento de câmera circular.

Além de Daniel de oliveira, o elenco possui vários outros destaques:

Marieta Severo que interpreta Lucinha Araujo, mãe de cazuza é talvez o maior
destaque depois de cazuza, além de ser importante na vida de cazuza como mãe, é
de autoria dela o livro em que se baseia o roteiro. Reginaldo faria também ganha destaque como João
Araujo, pai do cantor. Sua interpretação alterna entre a segurança paternal e a
surpresa ao ver o talento do filho desabrochar. Não poderia pensar em outra
pessoa para interpretar João Araujo senão Reginaldo faria.

Cadu Fávero que interpreta Roberto Frejat é um elemento
importante na narrativa, companheiro de banda do cantor e amigo é o único dos
integrantes da banda que se sobressai, embora às vezes seja posicionado
erroneamente como antagonista do cantor, o que não condiz com o real.

Leandra leal e Emilio de Mello são outros grandes destaques.

a primeira interpreta bebel Gilberto, grande amiga e parceira musical de cazuza
(brilhante a cena em que cazuza, bebel e dé palmeira, interpretado no filme por
Arlindo Lopes compõem a canção “Eu preciso dizer que te amo”, grande sucesso da
parceria entre bebel Gilberto e cazuza). Uma pena que não tenha tanto destaque
e tenha sua importância diminuída, mesmo assim Leandra se destaca com sua interpretação
marcante e rouba todas as cenas em que aparece.

Emilio de Mello interpreta “Zeca”, o produtor Ezequiel neves,
amigo e mentor de cazuza. Emilio da a Zeca energia e uma interpretação quase poética,
uma pena que às vezes Emilio oscila entra a energia e a poesia saindo tom e
tornando alguns momentos risíveis.

Infelizmente o filme peca em não se aprofundar em certos
aspectos e personagens como “Dani” Denise
Dumont, jovem com quem cazuza manteve um relacionamento e outros
integrantes do barão que não ganham o merecido destaque.

Analisando o filme como um todo, vimos que ele tem duas funções
primordiais: 1) serve como uma espécie de tributo a este talento que foi cazuza
2) apresentar a vida e obra do cantor às novas gerações. É um filme belo em sua totalidade, uma pena
que não possua profundidade na vida e obra do seu tema, fazendo do livro “Cazuza”-só
as mães são felizes, um bom complemento àqueles que fizeram a operação inversa
(primeiro assistiram o filme e depois leram o livro), contudo pode frustar
aqueles que leram a obra antes de assistir o filme, pelo motivo do livro ser
muito mais rico em detalhes e em profundidade.

Frase que encerra o filme ao som da música “Vida louca vida”

O amor é o ridículo
da vida, a gente procura nele uma pureza impossível... que está sempre se
pondo,indo embora.
A vida veio e me levou com ela...Sorte é se abandonar e aceitar essa ideia de paraíso
que nos persegue..bonita e breve,como borboletas que só vivem 24 horas".