O filme “O cozinheiro , O Ladrão , Sua Mulher e o Amante” de
Peter Greenaway ,
não é um dos filmes mais fáceis de se assistir, entretanto, o espectador é
brindando com três aspectos excelentes(Uma direção excelente,atuações
devidamente teatrais e uma rica direção de arte). Munido de um excelente
trabalho de composição é na direção de arte que se encontra a força narrativa
do longa e é ela que evidencia através de mudanças drásticas no aparato visual
do filme(que aliás não se restringe apenas aos objetos de cena mas ao uso de
cores e a vestimenta dos atores) As mudanças de cores evidenciam a curva da
tensão dramática , podemos reparar pelo uso de cores vivas , fortes e vibrantes
que o diretor escolheu como uma forma de usar metáforas e simbologias através
do uso da cor não só para reforçar a tensão dramática e dar força e energia as
cenas de forma a aumentar a tensão iminente e não permitir que o filme caia no
lugar comum de forma que não soe repetitivo. “O Cozinheiro, O Ladrão, Sua
Mulher e o Amante” é um excelente exemplo de que construção fílmica se da pela
união e harmonia de todos os elementos presentes e nisso , o filme de Peter Greenaway.
Abaixo 5 cenas de belíssima união plástica e
narrativa.
1-5:15 a 6:31: ambiente nada sofisticado, representa visualmente
a pobreza daqueles que ali trabalham de forma exaustiva, aparentemente sendo
massacrados pelo Sr Albert Spica, a Criança na cena simboliza a miséria e o
alto fardo de trabalho. O fato dela cantar , representa sua esperança.
A cor na cena predominante é um verde musgo e muito mal
aparado. Os próprios objetos de cena, como utensílios de segunda mão são
reluzentes naquele ambiente pobre,é uma das poucas coisas que dão vida a
cena(embora aja ausência de cor) refletindo as péssimas condições de trabalho.
O único componente vivo da cena é a cortina da cor verde que representa o espetáculo
promovido pelo Sr com sua chegada, demonstrando temor e hierarquia.
3-
8:02 a 9:48 acontece um apagão devido a megalomania do
Senhor Spica de trazer um letreiro colorido ao restaurante. Neste momento há
uma ausência quase que total de cor mas ao contrário da segunda cena há os
figurinos vivos , e velas que ajudam a dar um pouco de vida ao ambiente.
4- 9:49 a 10:33 A luz volta e com ela toda a preparação para
o jantar de Albert Spica. Há um requinte na construção dos mínimos detalhes da
cena, Velas, talheres, utensílios caros, representado por um vermelho vivo. A
cena simboliza dois pontos importantes: A grandeza social do senhor Spica(que
condiz com a sua prepotência, com a qual maltrata a mulher Georgina) e retrata
o embate entre Sr. Spica e o chef Richard que ousa a criticar a postura
arrogante do patrão incomodado com o tratamento que ele da a sua mulher.
5-10:35 a 13: retoma a situação do homem agredido por Albert Spica , mas dessa vez há uma maior
luminosidade na cena e ela é bem reveladora , no sentido que a câmera do
diretor nos permite observar outras pessoas na mesma cena como uma açogueira ,
um chef e o jovem menino que volta a pedir paz. Predomina cores fortes e bem
vivas como o verde reluzente e o vermelho sangue.
Filme louco e adorável.
ResponderExcluirEu adorei.Filme marcante, muito doido.
ResponderExcluirEu adorei.Filme marcante, muito doido.
ResponderExcluirUma obra de arte!
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