O Cinema francês é um dos meus favoritos. E uma das coisas que mais me encanta
nos filmes oriundos daquele país é sua delicadeza,sensibilidade e ternura. Mais
que isso, os filmes franceses se destacam por ter um incrível censo de
narrativa e saber que por trás daquela ternura, escondesse poderosas tensões
dramáticas.Um simples acerto de contas
familiar, com um ex-casal resolvendo as pendências de um divórcio doloroso e
amargo ao mesmo tempo.
“O Passado”, filme do diretor iraniano Asghar Farhadi é tudo isso e muito mais.Não conheço os trabalhos anteriores de Farhadi mas, pude notar claramente o excelente diretor de atores que é, tamanha a destreza que conduz a narrativa, se apoiando quase que inteiramente no diálogo. Com habilidade realiza os planos contra plano, utilizando-se de duas matérias primas básicas e primordiais a um bom filme: um bom roteiro e bons atores.O fato de a narrativa se pautar pelo dialogo, permitiu ao diretor construir as relações entre os personagens com sensibilidade mas, como o próprio nome diz, “O Passado” esconde mais que aparente trivialidade de sua trama possa aparentar. Construído na forma de uma crônica contemporânea das relações humanas, o longa se desenvolve como um bom novelo, exibindo o charme característico dos filmes franceses e um que de mistério.Asghar Farhadi parece ter prazer de provocar e irritar o espectador. Não contente em estabelecer uma ótima direção de atores,apoiada principalmente no já citado plano e contraplano , suas longas tomadas e cortes oras rentes ora bruscos, o que me faz refletir se a montagem de seu filme não é defeituosa, o cineasta deve no mínimo ter revisitado a diretora Sofia Coppola e seus cultuados “Encontros e Desencontros” e “Um Lugar Qualquer” para provocar o espectador aos mistérios da adivinhação e da leitura labial pra tentar descobrir a conversa que os personagens Marie( a lindíssima e irreconhecível Bérenice Bejo) e Ahmad(Ali Mossafa) e embora acreditem, eu tenha apreciado que o diretor tenha bebido em fontes criativas quantos as de Coppola- e ele tenha ganhado inúmeros pontos com este que vós fala só pela intenção de beber na mesma fonte de uma diretora tão esplendida quanto Sofia devo ressaltar, o resultado atingido foi o oposto e o cineasta submeteu o seu público a um teste de paciência que parecia interminável.Apesar disso, o diretor-roteirista construiu personagens essencialmente humanistas, retratados em uma crônica cotidiana de forma terna, “O Passado” é um filme com raízes calçadas na mais pura narrativa, e embora o diretor nos conceda o direito de amar ou odiar tal personagem, o diretor se da ao direito de colocar caraminholas na cabeça de quem assiste e de fato o diretor iraniano parece gostar de provocar pois não se cansa de surpreender o espectador com inimagináveis pontos de virada.Sua própria forma de dirigir e a estética do longa com longos takes e cores quentes colocam o espectador pra refletir sobre a tensão e as relações ali expostas, bem como o peso de um segredo.
“O Passado”, filme do diretor iraniano Asghar Farhadi é tudo isso e muito mais.Não conheço os trabalhos anteriores de Farhadi mas, pude notar claramente o excelente diretor de atores que é, tamanha a destreza que conduz a narrativa, se apoiando quase que inteiramente no diálogo. Com habilidade realiza os planos contra plano, utilizando-se de duas matérias primas básicas e primordiais a um bom filme: um bom roteiro e bons atores.O fato de a narrativa se pautar pelo dialogo, permitiu ao diretor construir as relações entre os personagens com sensibilidade mas, como o próprio nome diz, “O Passado” esconde mais que aparente trivialidade de sua trama possa aparentar. Construído na forma de uma crônica contemporânea das relações humanas, o longa se desenvolve como um bom novelo, exibindo o charme característico dos filmes franceses e um que de mistério.Asghar Farhadi parece ter prazer de provocar e irritar o espectador. Não contente em estabelecer uma ótima direção de atores,apoiada principalmente no já citado plano e contraplano , suas longas tomadas e cortes oras rentes ora bruscos, o que me faz refletir se a montagem de seu filme não é defeituosa, o cineasta deve no mínimo ter revisitado a diretora Sofia Coppola e seus cultuados “Encontros e Desencontros” e “Um Lugar Qualquer” para provocar o espectador aos mistérios da adivinhação e da leitura labial pra tentar descobrir a conversa que os personagens Marie( a lindíssima e irreconhecível Bérenice Bejo) e Ahmad(Ali Mossafa) e embora acreditem, eu tenha apreciado que o diretor tenha bebido em fontes criativas quantos as de Coppola- e ele tenha ganhado inúmeros pontos com este que vós fala só pela intenção de beber na mesma fonte de uma diretora tão esplendida quanto Sofia devo ressaltar, o resultado atingido foi o oposto e o cineasta submeteu o seu público a um teste de paciência que parecia interminável.Apesar disso, o diretor-roteirista construiu personagens essencialmente humanistas, retratados em uma crônica cotidiana de forma terna, “O Passado” é um filme com raízes calçadas na mais pura narrativa, e embora o diretor nos conceda o direito de amar ou odiar tal personagem, o diretor se da ao direito de colocar caraminholas na cabeça de quem assiste e de fato o diretor iraniano parece gostar de provocar pois não se cansa de surpreender o espectador com inimagináveis pontos de virada.Sua própria forma de dirigir e a estética do longa com longos takes e cores quentes colocam o espectador pra refletir sobre a tensão e as relações ali expostas, bem como o peso de um segredo.
Tendo nos papéis de Marie(Bejo), Ahmad(Ali Mossafa), Samir(Tahar Haim) , os três vértices de um quadrilátero amoroso, formado ainda pela esposa do último e pela filha de Marie, Lucie(Pauline Burieti), jovem atriz com grande atuação e ótima química com Mossafa.
Sendo a
fotografia de Mahmoud Kalari outro grande trunfo de sua ternura e
poética fílmica, com Kalari dosando sabiamente as cores quentes e frias, “O
Passado” é um grande filme, com grandes exercícios de atuação e roteiro. Porém,
é esse mesmo roteiro e um leve descuido fatal que leva o longa a um final
decepcionante, a menos que a história de Asghar
Farhadi não termine
aqui, o que eu sinceramente espero que aconteça.
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