O documentário
Tropicália de Marcelo Machado sobre o movimento tropicalista no Brasil e sua difusão
no mundo é puramente nostálgico.
Nostálgico no
sentido do longa ser pautado nas ricas imagens de arquivo e nos depoimentos
para formar um panorama de que foi este movimento de inovação artística e estética
dos anos 60 que mais tarde faria frente à ditadura militar vigente na época.
O tropicalismo
foi um movimento de inovação musical que dialogou com as demais artes: O cinema
engajado de Glauber Rocha e o teatro experimental de Zé Celso Martinez Correa.
Desse modo, Glauber
e Zé Celso ocupam um espaço importante no documentário para a devida contextualização
da época ao espectador. O mesmo ocorre com o músico Rogério Duarte e com o
maestro Rogério Duprat.
O documentário
é fundamentado essencialmente na figura de Gilberto Gil e Caetano Veloso- os
principais expoentes do movimento e também seus fundadores. Desse modo que eles
guiam o filme.
A agilidade
presente no longa, combinando muito bem com a efervescência cultural do
movimento é resultado da câmera nervosa do diretor Marcelo Machado o que
garante as sequencia um ritmo de frenesi.
Ao abordar
os depoimentos, Machado prioriza o entrevistado de modo que ele protagonize
aquele momento. Sendo assim, o diretor diminui o frenesi presente nas demais
sequências, focalizando única e exclusivamente o entrevistado.
A fotografia
de Eduardo Piagge merece destaque especialmente devido ao tratamento e reconstituição
das imagens presentes no longa.
O tropicalismo
eclodiu para todos os lados. Sendo assim, o movimento foi ganhando novos
adeptos como Tom Zé, Os Mutantes, Gal Costa entre outros.
O movimento teve seu ápice
no festival internacional da canção (um dos melhores do longa, especialmente
devido a performance excepcional e graciosa de Rita Lee). Ali, o tropicalismo
deixaria sua marca na historia da musica brasileira.
O resultado
do documentário é o de um registro fiel e esclarecedor, sem, entretanto se
tornar didático, histórico sem se tornar antigo. Afinal, o tropicalismo deixou
frutos que perduram até hoje e que fazem dele um movimento eterno na historia
cultural do país.
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