Quando um filme faz sucesso é natural que se explore esse mesmo filão
cinematográfico ao máximo transformando o filme em uma franquia, copiando
ideias ou até mesmo fazendo versões. Esse é o caso de “21 And Over” versão
juvenil de “Se Beber Não Case”.
Escrito e dirigido pelos roteiristas do primeiro filme da franquia
estrelada por Bradley Cooper “21 and over” trata da premissa de um jovem Jeff
Chang (Justin Chon) que acaba de fazer 21 anos e é praticamente intimidado
pelos seus amigos Miller (Milles Teller) e Casey (Skylar Austin) a sair pra
comemorar. O problema é que Jeff Chang precisa estar sóbrio e mentalmente capaz
de realizar o seu exame de admissão de medicina na manha seguinte.
Vendido como “uma versão juvenil de “Se Beber Não Case” 21 and Over” é o
primeiro trabalho á frente das câmeras dos roteiristas da famosa franquia de
humor Jon Lucas e Scott Moore que também assinam o roteiro desse filme.
A inexperiência da dupla de diretores/roteiristas na direção
cinematográfica é algo evidente durante todo o filme. Entretanto Jon e Scott
primam pela agilidade apostando no frenesi cênico causado pelas aventuras dos
três amigos possam conquistar o espectador.
Lucas e Moore fazem algumas tentativas ainda que tímidas de mostrar seus
talentos como diretores. Essas tentativas se revelam falhas á medida que a
dupla investe em alguns vícios diretivos como o uso exacerbado e sem sentido do
slow motion com a clara intenção de dar um tom iminente de comédia ás cenas.
Se essa é a intenção da dupla de diretores devo dizer que eles atingiram
seu objetivo, mesmo que ás custas das situações sem sentido na maioria das
vezes. Investido na agilidade tanto cênica quanto narrativa, Jon Lucas e Scott
Moore constroem seu filme (ainda que em uma base tão pouco sólida).
O roteiro de Jon Lucas e Scott Moore revela situações e piadas sem
sentido, mas que pinceladas pelo talento da dupla ganha algum brilho sem capaz
de provocar risos involuntários se você está disposto a rir de si mesmo.
A agilidade com que Jon e Scott conduzem as situações assim como os
diálogos é algo realmente impagável (com destaque para as cenas da fraternidade
latina). Os roteiristas conseguem construir uma narrativa divertida e
envolvente que mais prima pela falta de noção de que pela coerência. Não é nada
extraordinário nem que alcance um triz da genialidade de “Se Beber não Case”,
mas ainda assim garante boas risadas. O melhor acerto da dupla está em
construir a relação entre o trio protagonista. Pois, à medida que eles vão
conhecendo as mudanças no velho amigo, conhecem a si próprios.
A música tem um papel de extrema importância em “21 and Over”, pois ela
serve para a transposição do espectador para dentro da história servindo como
pano de fundo além de ser responsável por grande parte do frenesi causado no
espectador.
O trio principal Justin Chon (Jeff Chang), Milles (Milles Teller) e Casey
(Skylar Austin) revela um entrosamento cênico além de um ótimo timing pra
comédia. Justin, Milles e Skylar também se revelam atores despudorados ao não
ter pudores e a habilidade de rir de si mesmos.
Poucos outros atores ganham destaque nesse longa além dos protagonistas. Dos
que conseguem se sobressair podemos destacar Sarah Wright que interpreta Nicole
a amiga descolada de Jeff Chang que é alvo da paixão de Casey (Skylar Austin).
Sarah atua com graça e uma dose escrachada de sensualidade além, de possuir um
talento natural para a comédia o que lhe garante algumas das melhores tiradas
do filme.
Jonathan Keltz atua como Randy, o namorado de Nicole e a perfeita personificação
dos valentões que encontramos no ambiente escolar. Keltz é responsável pelo
antagonismo presente em “21 and Over” ainda que sua participação seja pequena
infelizmente.
“21 and Over” é capaz de divertir o espectador que abandonar o senso
crítico durante o filme. Á custa de uma comédia escrachada e sem sentido Jon
Lucas e Scott Moore pouco mostraram á frente das câmeras nesse filme. Mas é
justamente a inexperiência da dupla aliado a um roteiro que provoca risos
involuntários e ao carisma dos protagonistas que garante o “plus” do filme. Não
é nada engrandecedor no nível do primeiro “Se Beber não Case”, mas garante boas
risadas se o espectador se permitir a isso.