Os Rolling Stones é uma das principais bandas de rock inglesa (se não a
maior) tendo alcançado sucesso mundial em proporções gigantescas. Dada a sua
magnitude foi temas de diversos documentários incluindo esse “Shine a Light”
dirigido por ninguém menos que Martin Scorsese.
Tendo como foco principal documentar as apresentações da banda no The
Beacon Theatre em Nova York o documentário de Scorsese vai além.
Desconstrói a própria
imagem da banda com os bastidores das apresentações, revelando ao público o
que acontece por “trás das cortinas” além de desconstruir a linguagem
cinematográfica se posicionando como um “personagem ativo” no documentário
colocando o espectador a par da preparação para que o filme se tornasse possível.
Se analisarmos com a devida atenção percebemos que há em “Shine a Light”
um processo de desconstrução mutuo.
Ao mesmo tempo em que o diretor nos revela os bastidores da sua
realização cinematográfica ele permite aos fãs da banda inglesa penetrar no
backstage e conhecer o “outro lado” da banda.
Falando em conhecer o “outro lado” da banda inglesa é exatamente com esse
propósito que o rico e extenso material de arquivo que o documentário
apresenta. Munido desse material (e através dele) que Martin Scorsese permite a
banda desfazer a imagem de “garotos maus” que os perseguiu ao longo das décadas.
O extenso material de arquivo também permitiu ao diretor Martin Scorsese construir
um painel atemporal para a banda podendo linkar as entrevistas antigas como
quando por exemplo perguntam a Mick Jagger e seus companheiros como eles se
imaginam daqui a 20 anos e dadas a suas respostas de que “não existiriam nem
pelos próximos 2 anos” é mostrado à performance atual da banda provando sua longevidade.
Realmente, uma grande sacada do diretor Martin Scorsese.
O diretor privilegia o uso de planos mais abertos e closes muito bem
orquestrados com o intuito de captar a energia e vitalidade performática (e
também instrumental) da banda em sua totalidade, revelando assim a sua
magnitude. Ao privilegiar a banda Scorsese dá ao espectador a dimensão exata da
magnitude da banda inglesa ao fazer uso de grandes takes com o objetivo de
captar o palco e o espetáculo em sua totalidade.
“Rolling Stones- Shine a Light” não é só o documentário definitivo sobre
os Rolling Stones. Ele vai além. Ao desconstruir a imagem da própria banda e
revelar os bastidores do documentário Scorsese desconstrói a imagem da banda e
do próprio filme.
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