A ambição é algo necessário na vida, especialmente na profissional e ela está presente no mundo dos negócios com toda a força. Esse é o tema de “O Lobo de Wall Street” nova parceria entre o diretor Martin Scorsese e o ator Leonardo DiCaprio.
Jordan(Leonardo DiCaprio) vê sua carreira emergir das cinzas após encontrar seu lugar no mercado de pequenas ações financeiras. Entretanto o marcado de ações é incerto e mesmo após Jordan ter tido uma má experiência em seu ultimo emprego, ele absorve o estilo de vida extravagante de seu ex-patrão Mark Hanna(Matthew Mcconaughey) , o que lhe trará conseqüências.
Em primeiro lugar, Martin Scorsese é um gênio das câmeras. Dito isso, vocês já devem imaginar o trabalho primoroso que o cineasta executou em “O Lobo de Wall Steet”. Captando a áurea corporativista com sua câmera ágil. Scorsese trabalha os planos com uma destreza notável, destacando seu elenco através de habilidosos planos de conjunto como movimento de câmera circulares que destacam seu numeroso elenco e imprimindo assim o ritmo frenético provenientes das corporações. É bem verdade que o diretor mantêm sua narrativa em constante fluxo com uma seqüência rápida de planos( não sem antes explorar todas as possibilidades narrativas daquela determinada cena).
A partir do segundo ato, a direção de Scorsese assume um tom frenético, com uma estética aproximada ao dinamismo dos videoclipes somada a uma boa dose de comédia escachada porém inteligente.
O diretor conduz muito bem as cenas com uma veia mais cômica- isso quando o roteiro de Terence Winter lhe permite antes de desaguar para a mais exagerada comédia pastelão, prejudicando não só o trabalho de Scorsese á frente da direção mas também o desfecho do longa.
Terence Winter demonstra uma destreza ao arquitetar a estrutura do seu roteiro e a construção dos personagens mas perde completamente o sentido da narrativa ao optar pelo caminho mais fácil: A comédia pastelão. A partir daí a trama degringola de tal maneira que nem a direção excepcional de Scorsese é capaz de salvar o barco afundado(Literalmente).
Leonardo DiCaprio rouba a cena como o protagonista Jordan. DiCaprio dotado de um extremo individualismo, presença cênica e principalmente humor. Ele é um ator completo , sem medo de passar pelo ridículo das situações vergonhosas que o roteiro de Winter o obriga a interpretar a partir do terceiro ato. Ao contrário do que possa imaginar , o ator lida com esse obstáculo com maestria e de forma suprema(muito embora, o telespectador não deixe de ser torturado ao presenciar os caminhos que o filme toma no terceiro-e derradeiro ato.
Mesmo DiCaprio tendo o maior destaque, Scorsese é um diretor que valoriza seus atores ao garantir destaques pontuais de extrema importância para o desenrolar do filme. É o caso de Matthew McConaughey(Mark Hanna), o responsável por induzir Jordan(DiCaprio) ao estilo de vida extravagante do mercado financeiro. McConaughey tem uma ótima dobradinha com DiCaprio e é dono de um humor acido. Uma pena que seu personagem saia tão cedo de cena pois McConaughey poderia render muito mais ao longa.
Jonah Hill também se destaca(esse por mais tempo e também fazendo uma ótima parceria com DiCaprio e pela maneira natural com que faz comédia. Não é pra menos que o humor do filme paira sobre o seu personagem.
O Lobo de Wall Street” começa como mais um trabalho excepcional com a grife “Martin Scorsese” aliando o entretenimento a reflexão. Mas o que começa excelente se transforma em um pesadelo torturante do qual nem atores talentosíssimos nem Scorsese do alto da sua competência e talento conseguiu salvar do naufrágio.