Nesta comédia dramática, Cameron Crowe continua suas tramas de
personagens focados em suas jornadas pessoais. Desta vez, porém, ele enfoca a
busca pelo autoconhecimento e a relação do ser humano com a morte.
Drew (Orlando Bloom) é um bem-sucedido designer de calçados, todavia um
dos calçados que projetou apresenta problemas, causando sua demissão. Ao mesmo
tempo seu pai falece e ele é obrigado a viajar para cuidar do sua cremação, no avião
conhece Claire (Kristen Dunst), uma comissária de bordo com quem desenvolve uma
relação fraternal ao mesmo tempo em que conhece uma parte da família-e de si
mesmo que desconhecia.
Cameron Crowe fez de Elizabethtown um filme sobre busca interior em
paralelo ao sucesso pessoal. Para tanto optou por alternar sua característica sucessão
rápida de planos (sobretudo no primeiro ato) e diminuir o ritmo do segundo ato
em diante, ainda que mantivesse certa agilidade natural.
Crowe fez uso de closes e do plano próximo em conjunto com a panorâmica com
o objetivo de trilhar a trajetória pessoal do protagonista Drew
(Orlando Bloom), além disso, o movimento de câmera circular também aparece com frequência.
Uma grande sacada de Crowe foi dar ao protagonista Drew (Orlando Bloom),
a função de “Contar” a própria historia. Dessa maneira Drew assume a função de
narrador Over. Mais tarde Claire (Kristen Dunst) também assume essa função no
terceiro e ultimo ato do filme.
Quem conhece Cameron Crowe e seus trabalhos como diretor sabe como a
música tem papel fundamental na sua vida profissional e pessoal. Em Elizabethtown
Crowe não foge a regra e permeia o filme com uma trilha que vai do pop rock a canções
com um cunho poético.
O roteiro escrito por Cameron Crowe centralizou-se no protagonista Drew
(Orlando Bloom) e na sua jornada pessoal. Crowe foi hábil na construção do
personagem principal de modo que seu processo de evolução foi evidente ao longo
do filme. Cameron também construiu a relação de Claire (Kristen Dunst) e Drew de
forma gradativa. Entretanto Crowe não deu o mesmo embalsamento dramático aos
personagens coadjuvantes. (nada que prejudique o resultado final do filme).
A fotografia de John Troll utilizou-se de luzes naturais a maior parte do
tempo, entretanto em alguns momentos evidenciamos a presença de um granulado em
contraponto a luz natural.
Utilizando um tema que poderia render uma abordagem mais soturna (a morte),
Crowe fez um filme muito particular sobre as relações humanas e o crescimento. É
o tipo de filme em que as pequenas coisas dão o tom da trama ao tomarem grandes
proporções.
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