segunda-feira, 4 de março de 2013

Foo Fighters:Back and Forth




O Foo Fighters é uma banda que nasceu da “Dor”. Da dor de Dave Grohl pelo fim do Nirvana (motivado pelo suicídio de Kurt Cobain em 1994) e pelas saídas dos outros representantes Nate Mendel e William Goldsmith de suas respectivas bandas. Tendo uma trajetória cheia de altos e baixos é natural que a banda tenha sua história contada em um documentário.

 É o que acontece em Foo Fighters: Back and Fourth dirigido por James Moll.
O filme é ancorado pelo Dave Grohl e retrata com veracidade o processo que levou ao Foo Fighters junto à reconstrução de seu vocalista como músico após a trágica dissolução do Nirvana.

O fato é que o Foo Fighters viveu em seus primeiros anos á “sombra” do Nirvana. A banda também sofreu inúmeras mutações internas até encontrar a química musical que tem hoje e todas essas “mutações” ocorreram aos olhos do público.

O diretor James Moll construiu uma narrativa intimista ao permitir ao espectador entrar na intimidade profissional e pessoal da banda sem restrições. Os integrantes se mostraram totalmente abertos ao expor seus conflitos musicais e inclusive pessoais. Moll se aproveitou dessa “abertura” dos músicos para traçar um panorama interessante do crescimento deles enquanto banda ao tentar encontrar o entrosamento musical e pessoal que os une hoje (o que acabou incluindo algumas trocas de integrantes).

O documentário é bem sucedido ao enfatizar as origens da banda liderada por Dave Grohl. Porém peca ao dedicar tempo excessivo da projeção nos bastidores profissionais da mesma, parecendo um “Big Brother” do Foo Fighters. Mas talvez, isso seja inevitável, pois a banda cresceu aos olhos do público (com todos os pós e contras que isso acarreta).
Mas não pense que “Back and Forth” é somente conflitos deixando a parte musical de lado, pelo contrario o filme expõe muito bem o processo criativo e inspirações para que o Foo Fighters acontecesse musicalmente falando.

Um aspecto muito bem evidenciado em “Back and Forth” é a liderança de Dave Grohl. Não só como frontman, mas também como uma espécie de diretor criativo. Somando isso ao grande talento e presença de palco de Grohl, foi realmente difícil para Dave aprender a dividir e a agir como uma banda, um grupo. Isso, por outro lado oprimiu os demais integrantes que frente ao talento incontestável de seu líder, precisaram encontrar seu lugar naquela dinâmica já pré-estabelecida por seu vocalista, ao mesmo tempo em que Dave aprende a fazer concessões.

O filme pode ter demorado a tratar especificamente do aspecto musical performático da banda, mas quando o faz compensa a demora excessiva. O diretor James Moll estabeleceu um dinamismo e uma abertura para que demais linguagens artísticas possam coexistir dentro do documentário, o que acabou conferindo ao filme uma vitalidade impressionante.

Ao expor a escalada gradativa da banda rumo ao topo, James Moll prepara o espectador para o verdadeiro espetáculo cênico que o Foo Fighters faz no palco. A banda liderada por Dave Grohl tem uma incrível presença de palco realizando sempre uma atuação visceral. Nesse ponto, o diretor imprime a grandiosidade da presença de palco do Foo Fighters em suas lentes.

O documentário permitiu ao espectador colocar os olhos sobre o “Buraco da Fechadura” da sua banda preferida ou conhecer suas origens (como foi o meu caso) e passar a admira-la. Entretanto, o documentário não traduz a banda e sua música na totalidade, mas certamente é um caminho para conhecê-los e entende-los.





























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