O Foo
Fighters é uma banda que nasceu da “Dor”. Da dor de Dave Grohl pelo fim do Nirvana
(motivado pelo suicídio de Kurt Cobain em 1994) e pelas saídas dos outros
representantes Nate Mendel e William Goldsmith de suas respectivas bandas. Tendo
uma trajetória cheia de altos e baixos é natural que a banda tenha sua história
contada em um documentário.
É o que acontece em Foo Fighters: Back and
Fourth dirigido por James Moll.
O filme é ancorado
pelo Dave Grohl e retrata com veracidade o processo que levou ao Foo Fighters
junto à reconstrução de seu vocalista como músico após a trágica dissolução do
Nirvana.
O fato é que
o Foo Fighters viveu em seus primeiros anos á “sombra” do Nirvana. A banda
também sofreu inúmeras mutações internas até encontrar a química musical que
tem hoje e todas essas “mutações” ocorreram aos olhos do público.
O diretor
James Moll construiu uma narrativa intimista ao permitir ao espectador entrar
na intimidade profissional e pessoal da banda sem restrições. Os integrantes se
mostraram totalmente abertos ao expor seus conflitos musicais e inclusive
pessoais. Moll se aproveitou dessa “abertura” dos músicos para traçar um panorama
interessante do crescimento deles enquanto banda ao tentar encontrar o
entrosamento musical e pessoal que os une hoje (o que acabou incluindo algumas
trocas de integrantes).
O
documentário é bem sucedido ao enfatizar as origens da banda liderada por Dave
Grohl. Porém peca ao dedicar tempo excessivo da projeção nos bastidores
profissionais da mesma, parecendo um “Big Brother” do Foo Fighters. Mas talvez,
isso seja inevitável, pois a banda cresceu aos olhos do público (com todos os
pós e contras que isso acarreta).
Mas não
pense que “Back and Forth” é somente conflitos deixando a parte musical de
lado, pelo contrario o filme expõe muito bem o processo criativo e inspirações
para que o Foo Fighters acontecesse musicalmente falando.
Um aspecto
muito bem evidenciado em “Back and Forth” é a liderança de Dave Grohl. Não só
como frontman, mas também como uma espécie de diretor criativo. Somando isso ao
grande talento e presença de palco de Grohl, foi realmente difícil para Dave
aprender a dividir e a agir como uma banda, um grupo. Isso, por outro lado
oprimiu os demais integrantes que frente ao talento incontestável de seu líder,
precisaram encontrar seu lugar naquela dinâmica já pré-estabelecida por seu vocalista,
ao mesmo tempo em que Dave aprende a fazer concessões.
O filme pode
ter demorado a tratar especificamente do aspecto musical performático da banda,
mas quando o faz compensa a demora excessiva. O diretor James Moll estabeleceu
um dinamismo e uma abertura para que demais linguagens artísticas possam
coexistir dentro do documentário, o que acabou conferindo ao filme uma vitalidade
impressionante.
Ao expor a
escalada gradativa da banda rumo ao topo, James Moll prepara o espectador para
o verdadeiro espetáculo cênico que o Foo Fighters faz no palco. A banda
liderada por Dave Grohl tem uma incrível presença de palco realizando sempre
uma atuação visceral. Nesse ponto, o diretor imprime a grandiosidade da
presença de palco do Foo Fighters em suas lentes.
O documentário
permitiu ao espectador colocar os olhos sobre o “Buraco da Fechadura” da sua
banda preferida ou conhecer suas origens (como foi o meu caso) e passar a
admira-la. Entretanto, o documentário não traduz a banda e sua música na
totalidade, mas certamente é um caminho para conhecê-los e entende-los.
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