Os Sex Pistols tiveram uma curta duração (cerca de 26 meses) e seus
talentos e habilidades artísticas eram naturalmente duvidosos. Porém, pode se
dizer que eles estavam no lugar certo na hora certa. O ano era 1977 e os Sex
Pistols eram o símbolo de revolta e inconformismo contra as leis e
principalmente contra a coroa Britânica em um movimento que se tornaria o
movimento Punk.
Fechando a trilogia do cineasta inglês Julien Temple sobre a celebre
banda “O Lixo e a Fúria” funciona como um retrato do inicio do movimento punk,
mas principalmente como um acerto de contas da banda com o seu empresário
Malcon McLaren.
Construído a partir de imagens de arquivo e entrevistas com os membros
remanescentes vivos e com Malcolm McLaren Julien Temple construiu o
documentário com base em uma estética experimental e porque não dizer suja e grotesca
o que condiz com a imagem da banda.
Temple imprimiu ao documentário uma agilidade veroz, adotando essa opção
estética quase mambembe caracterizada pela falta de tratamento das imagens e
apelo visual gritante. De fato as imagens captadas pelo diretor tem um aspecto
de colagem das imagens aqui exibidas. Mais do que isso, o documentário de
Temple é dotado de uma agilidade narrativa que beira o inasistivel. As imagens
são muitas vezes desfocadas acompanhadas por uma fotografia forte que serve
aqui como um importante aliado da direção experimental e raivosa de Temple.
Aqui, as palavras de ordem parecem ser velocidade e fúria como o próprio titulo
diz. Temple prima pela desconstrução da montagem a todo o momento garantindo ao
longa um efeito clipado além de usufruir de diversos elementos para realizar a
sua costura sobre a banda tais como: Animações e justaposição de cenas o que
fortalece o caráter experimental da obra. O filme possui um frenesi caótico que
acompanhado da sujeira visual causam repulsa e desconforto (eu não sei vocês,
mas eu não gosto de ver pessoas cuspindo no palco) acabam por marcar o estilo
de Temple e da própria banda.
Literalmente o ultimo tiro dos Pistols.
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