domingo, 28 de julho de 2013

Especial Diretores:Paul Thomas Anderson






Nascido em 26 de julho de 1970 é um dos principais realizadores da atualidade. Filho de Edwina e Ernie Anderson um conhecido locutor da era do rádio. Paul cresceu cercado por cinema e todos os tipos e começou a dirigir seus pequenos filmes ainda jovem inclusive estudando na NY Film School, contudo abandonou suas aplicações acadêmicas e começou a assistir filmes por conta própria o que fez de Paul parte integrante de uma geração de realizadores que aprendeu sobre a arte cinematográfica como um cinéfilo espectador e não em escolas de Cinema.

Seu primeiro longa “Jogada de Risco” foi realizado em função do premio ganho no festival de Sundance com o seu curta “Cigarretes and Coffee”. Ali Paul Thomas definiria o que viria a ser o seu estilo: Planos longos, grande elenco e um modo independente de filmagem.

 A música é um elemento que é essencial no estilo de Anderson servindo como pano de fundo para os enredos de seus filmes tal qual “Boggie Nights” e “Magnólia”.

Desenvolvendo e aprimorando seu estilo filme após filme revelando- se um excelente diretor de atores com um uso predominante de closes. Certos temas predominam nas obras de Paul Thomas como a família e a fragilidade das relações humanas.

Dono de um estilo autoral Paul é o ultimo integrante de uma geração do cinema de autor o que infelizmente está se perdendo. Por isso este especial é sobre ele que imprime sua marca e estilo próprios em cada filme se renovando a cada trabalho.

Abaixo conheça mais sobre a filmografia do diretor.






Ambientado no mundo da jogatina e dos cassinos “Jogada de Risco” foi realizado em função do premio ganho no festival de Sundance por seu curta-metragem “Cigarretes and Coffee”. “Jogada de Risco” acaba se revelando um filme com estética caprichada e narrativa bem construída. No seu debut como diretor já podemos perceber temas e técnicas de filmagem que se tornariam recorrentes na sua carreira.



Ambientado no universo pornô da década de 70 “Boogie Nights” conta a história de um jovem que se transforma em Dirk Diggler a maior estrela pornográfica da época.  O filme acompanha o inicio, o apogeu e a queda de Dirk (Mark Wahlberg) e de toda uma era na indústria já que o filme discute a transição da película para o vídeo.

 Com planos longos e fechados, o diretor conferiu um aspecto intimista ao longa além da estética suja e o uso de uma montagem paralela permeada pelo interessante jogo de câmera que permitiu ao diretor construir essa atmosfera destrutiva além do uso potente da metalinguagem neste que além de confirmar o talento de Paul Thomas Anderson confirma o talento do seu protagonista Mark Wahlberg.



O filme mais ambicioso de Anderson tanto estética quanto narrativamente. Se “Boggie Nights” representa a confirmação do talento do diretor “Magnólia” representa o seu ápice. Com enredo que entrelaça vários plots Magnólia chama atenção pelo roteiro constantemente desfragmentado e pelo uso da música que age aqui de forma a engrandecer o suspense e oprimir a ação dramática em certos momentos. A direção coreografada de Anderson se encaixa perfeitamente nesse longa sobre a fragilidade das relações familiares e o poder do show business são os temas desse filme de grandiosidade magnânima dirigido por Paul Thomas Anderson.



Embriagado de Amor (2002)

Primeira incursão de Anderson na comédia, o longa narra a história de Berry (Adam Sandler) um homem antissocial. Com uma premissa simples o longa se destaca pela fotografia marcante e pelos belíssimos takes de longa duração marca registrada do diretor. A trilha sonora repleta de sons tribais refletem as emoções do protagonista. Merece destaque pelo uso do jogo de câmera que permeia a narrativa.


Sangue Negro (2007)

Drama épico protagonizado por Daniel Day-Lewis que interpreta Daniel Plainview um minerador que vê possibilidades de riqueza em um campo dominado pelo culto religioso. O longo se destaca pela montagem episódica e pelos cortes e sobreposições que Paul imprime ao seu filme. A trilha sonora composta por Johnny Greenwood guitarrista da banda Radiohead se destaca pelo som orquestrado por vezes quase estridente presente na trilha.




Mais uma vez Paul Thomas retoma o tema da religiosidade em seus filmes. Dessa vez abordando a seita fictícia “A Causa” – uma alusão a popular cientologia.  Ambientado nos anos 50 “O Mestre” aborda a criação da “Causa” por Lanchester Dodd (Philip Seymour-Hoffman – parceiro habitual do diretor) e Freddie (Joaquin Phoenix). As marcas do diretor estão aqui. Roteiro engenhoso, planos longos e cortes sobrepostos aliados a uma fotografia elegante e uma montagem estruturada que sustenta o filme. O Mestre é sem dúvida um filme que provoca reflexão a respeito do papel da religião na sociedade atual, poder monetário e força midiática.




Anderson também dirigiu alguns vídeo clipes. O último da canção "Hot Knife" da cantora Fiona Apple saiu há alguns dias.











O curta "Cigarretes and Coffee" 


segunda-feira, 22 de julho de 2013

O Concurso



Quando uma formula cinematográfica faz sucesso ela é explorada á exaustão. É o caso de “Se Beber Não Case” que após uma trilogia bem sucedida e uma versão teen, chega às terras tupiniquins com “O Concurso” a versão brazuca do Wolf Pack. longa de estreia do diretor de novelas Pedro Vasconcelos.

Quatro rapazes vindos de diferentes regiões do Brasil são os finalistas de uma concorrida e temida prova para se tornar juiz federal são eles Caio (Danton Mello), Bernardo (Rodrigo Pandolfo), Freitas (Anderson Di Rizzi) e Rogério Carlos (Fábio Porchat). Porém por má sorte do destino os quatro irão passar os 3 dias que antecedem a prova juntos e a única coisa que conseguirão pensar é como chegar vivos na segunda feira.


A estreia no cinema do diretor Pedro Vasconcelos tem influencia televisiva. O filme se desenvolve de maneira ágil e possui um dinamismo oriundo da televisão. Um ritmo frenético, muitas gags, cortes sobrepostos e principalmente uma direção ensaiada com a câmera próxima dos atores colocando-os em foco.
Vasconcellos um diretor com um histórico na atuação utiliza da sua experiência cênica para extrair o melhor timming cômico dos atores que atuam com naturalidade (e em um pouco de exagero bem-vindo) no seu terreno coreografado.

E trabalhando em parceria com a direção cênica de Vasconcelos está uma montagem habilidosa que em um primeiro momento se utiliza de um flashforward que acaba por criar um horizonte de expectativas no espectador. Ao passo que o diretor capta essas possibilidades narrativas e as introduz ao seu filme de forma orgânica.

Quando o tempo fílmico se inicia de fato a montagem se estabelece de maneira eficiente ao sobrepor os momentos de “clímax” dos seus protagonistas quando eles estão á solo. Nos momentos em que o grupo se une seria mais fácil para o diretor Pedro Vasconcelos apertar o botão do piloto automático e deixar a situação rolar solta afinal tendo no elenco nomes como Fábio Porchat a gargalhada poderia rolar solta e descontrolada. Mas não é isso que acontece. Vasconcelos direciona esse humor- ou pelo menos tenta direcionar para que ele possa ocorrer de forma livre e orgânica no filme.

O roteiro não apresenta grandes inovações á formula consagrada na trilogia de Todd Philipps. Pelo contrario, além de os personagens apresentarem muitas semelhanças. Muitas das situações e gags apresentadas na trama são colagens da turma do Allan e companhia. Até o timming cômico e o frenesi imprimido nas cenas lembram a famosa trilogia de ressaca.


O elenco consegue imprimir vida própria em personagens carregados de estereótipos. Á começar pelos protagonistas. Danton Mello surpreende positivamente ao encarar o malandro Caio. Principalmente no que diz respeito ao seu personagem ser o motor de quase todas as situações. E Danton interpreta o malandro de forma leve e descontraída imprimindo um humor livre de pudores ao personagem. Fábio Porchat faz de Rogério Carlos um tipo livre e divertido com direito a rir das próprias piadas barristas.

Anderson Di Rizzi é uma surpresa tanto para mim quanto para a maioria do público que não conhecia o ator. Dotado de um perfeito timming de comédia, o ator arranca gargalhadas quando se deixa levar pela comicidade das situações. (A cena de Freitas seu personagem possuído no terreiro de umbanda.)

Rodrigo Pandolfo faz de Bernardo um nerd além dos estereótipos. Investindo nos gestos comedidos e fala pausada. Sua química com Sabrina Sato é de chorar de rir. Sabrina, aliás, é outra que se sai bem como Martinha Pinel (olha o nome) uma dominatrix gostosona que tem fixação pelo personagem de Pandolfo. Sabrina se sai melhor ainda quando encara a persona dominadora de sua personagem. Herança do aprendizado no Pânico. Só desnecessário quando o diretor investe em closes da bunda e das pernas de Sabrina. Apelou.


“O Concurso” é um bom divertimento. Produção bem feita e bem dirigida estrelada por atores talentosos. Só falta á “ O Concurso” algo primordial: Identidade própria.  








quinta-feira, 18 de julho de 2013

O Cavaleiro Solitário




Franquias e parcerias cinematográficas é algo recorrente em Hollywood e com a Disney não é diferente. Essa é a base promocional de “O Cavaleiro Solitário” baseado em uma série para o rádio que já teve adaptações para a televisão. Unindo o diretor e o produtor da franquia de maior sucesso da Disney “Piratas do Caribe” Gore Verbinski e Jerry Bruckheimer. E ainda o astro daquela franquia Johnny Depp.

Ambientado nos anos 30 em uma terra no oeste repleta de corrupção “O Cavalheiro Solitário” trata de uma improvável união: do índio Tonto (Johnny Depp) e do benfeitor John (Armie Hammer) que busca vingança pelo assassinato do seu irmão sob a alcunha de “O Cavalheiro Solitário” formando com Tonto uma improvável, porém imbatível dupla em busca de justiça.

O diretor Gore Verbinski induz um ritmo acelerado à trama logo no seu inicio investindo em planos abertos e descritivos, pautados sobre um travelling e um movimento de câmera aéreo que garantem um tom épico e heroico á narrativa.

Sendo um filme contado em flashback por um Tonto já de meia-idade, os cortes sobrepostos e os flashbacks bem estruturados por Verbinski necessitariam de uma boa montagem que trabalharia a estrutura narrativa do longa. A montagem acaba por destruir a tensão dramática ao logo nos primeiros minutos do longa cortar ação ao recorrer a uma cena do velho Tonto contando a sua historia a um garoto justo num momento inoportuno.


A trilha sonora de Hans Zimmer investe em canções longas e clássicas, muitas vezes somente instrumentais para construir o pano de fundo para a jornada épica dos protagonistas.

A fotografia de Bojan Bazelli investe em um granulado e uma luminosidade forte nas cenas noturnas. Entretanto, é ai que mora o problema. Bazelli usa uma cor tão escura que acaba por tornar os atores invisíveis em cena.

O roteiro escrito á seis mãos por Justin Haythe, Ted Elliott e Terry Rossio constrói com cuidado e de maneira gradativa a relação entre os protagonistas Tonto (Johnny Depp) e John (Armie Hammer). Também há um cuidado com a questão temporal do filme, “situando o espectador”. Infelizmente, esse artifício é destruído pela montagem. Uma pena.

Johnny Depp está mais uma vez brilhante na sua atuação. Dessa vez como o índio Tonto. Impressionante como o ator realmente incorpora personagens e aqui não é diferente, pois Depp capta os trejeitos do índio com naturalidade e usando de um humor característico e pelicular.
 Harmie Hammer possui entrosamento e química cênica com Depp além de desempenhar bem seu papel á solo. Porém o ator demora a agir com naturalidade estando muito travado em suas primeiras cenas. Entretanto, quando se solta domina o personagem completamente.

Ruth Wilson interpreta Rebecca a cunhada de John com força cênica.  Além de trabalhar as nuances da sua personagem com maestria. É interessante observar a curva dramática da personagem que começa uma mulher reprimida e depois acaba se tornando forte e combatente. Bryant Prince (Danny) o filho de Rebecca é outro que atua com desenvoltura apesar da pouca idade. Prince atua de maneira singela e pueril. O ator também trabalha a força dramática e a evolução do personagem de maneira naturalista.

Helena Bonham Carter tem uma participação extravagante e marcante como Red uma pin-up do velho oeste –ou seria cafetina? Não isso não é uma personagem saída de um filme do Tim Burton ou de “Planeta Terror” apesar de parecer.

O saldo final de “O Cavalheiro Solitário” é positivo. Um filme envolvente que sobrevive aos percalços no seu caminho e apesar de se revelar demasiado cansativo a partir do terceiro ato eu gostaria muito que “O Cavaleiro” se torna-se uma franquia. Uma pena que isso raramente venha a acontecer.  


 


terça-feira, 16 de julho de 2013

Start Anew



Após a dissolução do Oasis em 2009 os irmãos Gallagher seguiram caminhos diferentes. Enquanto Noel formou o “High Flaying Birds” Liam em conjunto com os integrantes remanescentes Gem Archer, Andy Bell e Chris Sharrock o Beady Eye.

Lançando o seu segundo disco intitulado “BE” em 2013 a banda ganhou o documentário de curta metragem “Start Anew” – mesmo nome de uma das canções do disco. Dirigido por Alex Hoffman.

O documentarista acompanha a banda durante a preparação e pré- divulgação do disco. Hoffman constrói nos 27 minutos do curta um terreno neutro para que a banda possa revelar seu intimo e demonstrar a sua qualidade artística. Hoffman acaba por realizar um panorama do processo criativo da banda.

É claro que as comparações com o Oasis é um tema recorrente do curta e os integrantes deixam clara a liberdade artística que existe na banda- ao contrario do Oasis onde Noel era possessivo e controlador.
Essa mesma liberdade que existe na banda é que o documentarista confere ao curta permitindo assim que os integrantes se expressem tal como são e falem sem rodeios sobre todo e qualquer assunto em um ambiente neutro e descontraído.

Hoffman tem uma opção interessante de não interferir no contexto do filme, sua presença ali é quase imperceptível e que faz toda a diferença no sentido que ele transmite o controle do filme para a banda e da ao espectador uma perspectiva “Backstage”.

O documentário retrata com notável agilidade a pré estreia do álbum e mais os ensaios, a harmonia entre os integrantes, sua ansiedade.

Um aspecto bastante resaltado em “Start Anew” é a diferença entre o Beady Eye e o Oasis e as inúmeras comparações que fazem entre as duas bandas. De fato são projetos bastante diferentes e o Beady Eye é uma banda muito mais evoluída musicalmente e há uma diferença gigantesca na sonoridade e nos riffs e acordes. É uma simbiose harmônica.

O dinamismo e o magnetismo imposto nas imagens em conjunto com a agilidade da montagem acabam por ressaltar a potencia e qualidade musical da banda, funcionando como um registro da sua evolução musical nos momentos que antecedem o lançamento do álbum.

Uma coisa que me impressiona em documentários musicais e em “Start Anew” funciona perfeitamente é o fato do fã ser uma parte integrante do filme para que possam ter todas as perspectivas dentro do filme.

Um fator reforçado pelo documentário é o que o Beady Eye é um projeto único de qualidade artística incomparável e certamente a banda tem uma sonoridade impressionante jamais vista antes. A experiência musical dos integrantes acabou por resultar em uma banda entrosada e com uma sonoridade visceral.

“Start Anew” acaba por se tornar um registro verdadeiro de uma banda que caminha em direção ao sucesso com sonoridade única buscando construir sua marca. Nunca olhar pros bastidores foi tão divertido.










sábado, 13 de julho de 2013

Especial: Filmes de Rock



Hoje dia 13 de julho se comemora o Dia Mundial do rock. A data foi assim intitulada em homenagem ao Live Aid um festival que contou com bandas como Black Sabbath, U2, Led Zappelin, Queen, David Bowie e The Who. Desde então, o dia 13 de julho é considerado o Dia Mundial do Rock.

Pensando nisso elaborei um especial com filmes de rock. Afinal, o cinema e o rock tem uma relação muito próxima. A lista tem origem totalmente afetiva de filmes que eu gosto e queria compartilhar com vocês. E tem de tudo: Comédias, dramas, documentários.

Pra ficar mais fácil reduzi os muitos filmes ao “Top 10”

10) Escola de Rock (Rock of School, 2003)

Nesta comédia de 2003 Jack Black é Dewen Finn um guitarrista falido que se disfarça de professor em uma rigorosa escola preparatória para crianças (uma clara alusão ao filme “Sociedade dos Poetas Mortos”). Finn ao descobrir a aptidão musical das jovens crianças monta uma banda clandestina com a intenção de se apresentarem em um festival local. “Escola de Rock” é uma deliciosa e divertida comédia que mostra como a música pode ser um agente transformador na vida de qualquer pessoa.


Neste filme dirigido por Alan Moyle que dirigiu “Um Som Diferente” (que eu nunca achei pra assistir, portanto, se alguém quiser deixar um link nos comentários com o filme eu agradeço.) Somos apresentados a um grupo de jovens que trabalham em uma loja de discos ao mesmo tempo em que perseguem seus sonhos. Com trilha eclética e abrangente (Dishwalla, Coyote Shivers, The Cranberries) e com inúmeras referencias musicais como á musica “Crazy” do Aerosmith (que Liv Tyler que esta no filme protagonizou o clipe da música) e ao Alice In Chains. Também foi um dos primeiros filmes de muitos atores que hoje são estrelas como a própria Liv e Renée Zellweger) além de outros astros como Coyote Shivers e Debi Mazar- quem assistiu a série “Entourage” deve lembrar de Debi como a impagável assessora de imprensa Shauna.



Fazer um especial de filmes de rock e não citar um filme do Cameron Crowe é quase um crime. Por essa e por outras inúmeras razoes “Singles” está aqui. A ideia de Crowe foi realizar um filme sobre a cena musical de Seattle (que ele conhecia de perto devido ao seu trabalho como jornalista musical). A principio o estúdio foi contra a ideia, mas com a explosão do movimento grunge decidiram produzir “Singles” com uma trama sobre jovens solteiros que dividem um conjugado de apartamentos em Seattle (notaram onde os criadores daquela série medíocre chamada “Friends” chuparam a ideia? Só trocaram Seattle por NY) estes jovens vivem em meio à explosão da cena musical de Seattle. Filme representativo do estilo Grunge- o único eu acho e com uma trilha sonora perfeita que casa com o universo retratado e se tornou eterna mais até que o próprio filme. O filme conta com participações dos integrantes do Pearl Jam e Alice in Chains. A trilha absolutamente perfeita conta com bandas como os próprios pearl Jam e Alice in chains além do Soundgarden e Paul Westerberg que canta a música tema do filme “Waiting for Somebody”.



Após a cinebiografia de gosto e veracidade duvidosas dirigido por OliverStone. Os integrantes remanescentes dos Doors manifestarem a vontade de ter sua história novamente contada- dessa vez tendo um compromisso com a realidade dos fatos. O documentário narrado por Johnny Depp impressiona pelo tratamento das imagens de arquivo bem pela como condução narrativa que a narração de Depp confere ao filme. Vale resaltar que documentário abrange todos os integrantes da banda como um todo – ao contrário do filme de Stone que prioriza a figura mítica de Jim Morrison.


6) Alta Fidelidade (High Fidelity 2000)

Baseada no romance homônimo de Nick Horby “Alta Fidelidade” nos apresenta a Rob Gordon (John Cusack) um simplório dono de loja que leva um pé na bunda e resolve reavaliar sua vida amorosa elegendo um “top Five”- da mesma maneira que cataloga seus discos preferidos. O filme possui um excelente uso da metalinguagem e das trucagens fílmicas. A trilha é repleta de clássicos que seria injusto citar só uma. Atuação brilhante de John Cusack. Jack Black também esta nesse filme em outro papel impagável.



Acredite ou não Martin Scorsese tem raízes roqueiras. Tendo dirigido alguns documentários sobre rock como esse em que documenta um show dos Rolling Stones. Mas Scorsese fez mais: Matou a curiosidade de todo e qualquer fã dos Stones e abriu o behind the scenes revelando o processo de composição do documentário. Além de ricas imagens de arquivo. Excelente filme.



Quem se não Cameron Crowe seria capaz de produzir um documentário sobre o Pearl Jam? Só o Crowe mesmo. Produzido em comemoração aos 20 anos da banda o documentário revela a formação, os percalços além do sentido de muitas músicas, contextualizando assim o Pearl Jam como um dos principais responsáveis pela solidificação do Grunge. A longa amizade do diretor com os integrantes garante ao filme um aspecto de conversa intima.



Cinebiografia do cantor Cazuza. Demonstra de maneira ficcionalizada o inicio da carreira de Cazuza á frente do Barão Vermelho sua explosão como letrista e o inicio da sua carreira solo bem como o agravamento da AIDS – doença que colocaria fim a sua vida em 1990 aos 32 anos. O filme conta com atuações excepcionais de Daniel de Oliveira como Cazuza, Leandra leal como a cantora Bebel Gilberto amiga do músico, Emilio de Mello como o amigo e orientador Ezequiel Neves (Zeca) e Marieta Severo e Reginaldo Faria como Lucinha e João Araújo os pais do cantor.      



Se cazuza foi um símbolo do rock dos anos 80 Brasília foi o epicentro. Centrado na história de jovens bandas (na época) que influenciadas pelo punk inglês produziram letras de contestação política e social de bandas como Capital Inicial, Plebe Rude e Legião Urbana. Documentário possui uma direção ágil de Vladimir Carvalho. Maravilhoso.



Cameron Crowe resolveu compartilhar as suas vivencias no mundo do rock com seus espectadores com este filme eternamente delicioso e inspirador. O filme conta a história de William Miller alter-ego do diretor que como ele foi convidado a excursionar com uma banda a serviço da revista Rolling Stone no caso a fictícia Stillwater para publicar uma matéria na famosa revista musical. Eterno e inspirador com uma trilha formidável que vai desde Elton John com a inesquecível cena de Tiny Dancer no ônibus até os clássicos do The Who, The Allman Brothers e Led Zeppelin. Cameron Crowe marcou seu nome para sempre no coração dos fãs de boa musica e popularizou a expressão “Uncool”. Como não se identificar? Um Clássico moderno e inspirador.


Gosta de algum filme que não está na lista , um filme pouco conhecido? Deixe sua sugestão nos comentários
  

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Análise Fotográfica: Reine Sobre Mim

Atenção: Este texto contêm spoliers. 


"Reine Sobre Mim" gira em torno de Charlie (Adam Sandler) que perdeu sua esposa e filhas nos ataques terroristas de 11 de setembro de 2001. A dolorosa perda acaba por fazer Charlie se trancar em seu mundo particular para não ter que enxergar a perda. Contudo, após encontrar um velho amigo dos tempos de faculdade Alan (Don Cheadle), Charlie é forçado a encarar seus medos e encontrar o equilíbrio para recomeçar.

O filme de Mike Blinder tem na fotografia de Russ Alsobrook um importante recurso narrativo. De uma forma muito particular ela (a fotografia) acompanha os “Ups” e “Downs” do personagem principal interpretado por Adam Sandler.

Á começar pelo uso de cores frias e um sombreado forte que permeia todo filme justamente por significar o estado de negação que o personagem está enfrentando. A opção por um tom azulado forte e intenso quase estourado exemplifica a intensidade do luto que o personagem esta enfrentando. As cores frias principalmente o azul (que aparece aqui de maneira quase gritante) dão um tom impessoal ao filme.

O jogo de luzes e o uso de um sombreado nas lentes em especial nas cenas noturnas garantem a dramaticidade que o filme necessita. Assim, a tensão dramática da narrativa e a “curva dramática” pelo qual o protagonista Charlie (Adam Sandler) passa durante o filme esta diretamente ligada as mudanças na fotografia.

Quando Alan (Don Cheadle) se aproxima de Alan com o intuito de ajudar o velho amigo de faculdade com o intuito de ajuda-lo a recomeçar a vida, a fotografia muda os tons no sentido de acompanhar as mudanças na vida do protagonista. Porém, tudo é feito de maneira gradativa e lenta.

A partir desse momento de “reintegração social” do protagonista há uma mudança em relação ao esquema de cores utilizadas na fotografia do filme. Há, uma entrada de cores mais quentes e vivas como o vermelho e uns tons em marrom o que acaba por se tornar mais palpável para o espectador, um contraponto interessante ao tom escuro azulado e por vezes acinzentado de outrora. Entretanto, as cores quentes não passam a predominar no filme, elas surgem pelas frestas de maneira gradual e tímida justamente para evidenciar a nova fase da vida do protagonista.

As cenas noturnas impressionam pela luminosidade utilizada nas lentes do diretor de fotografia Russ Alsobrook. Elas ganham uma luminosidade natural ainda densa é claro, mas se tornando mais branda não se interpondo ao rosto do ator e consumindo a tela como antes. A cena onde Charlie (Adam Sandler) é preso por policiais à luminosidade da fotografia na cena noturna se modifica para um tom mais brando com um aspecto mais natural.

Mas... Eu havia dito que “Reine Sobre Mim” é um filme cheio de altos e baixos. Pois bem, essa cena marca um retrocesso na vida do personagem principal e consequentemente na fotografia. Charlie (Sandler) é preso e internado em um instituto psiquiátrico. Neste momento, a fotografia da um retrocesso gigantesco para evidenciar a instabilidade emocional do personagem. Saem às cores quentes que já eram em menor escala e voltam às cores frias, mas em uma intensidade jamais antes vista no filme, o azul intenso chega a um tom “estourado” quase borrando a imagem. De certa forma, a fotografia vai de encontro ao branco do cenário do hospital psiquiátrico, transpondo assim a frieza do ambiente.

Após esse período de indecisão, Charlie (Adam Sandler) finalmente encontra o equilíbrio desejado. E isso acarreta em uma mudança na fotografia já pelo final do filme que acabe por dosar cores quentes e frias tornando não só a imagem que o espectador vê, mas o cenário com um aspecto mais neutro.




 


terça-feira, 2 de julho de 2013

O Clube dos Cinco








O diretor John Hughes foi o pai das comédias teens dos anos 80 e 90. Seus filmes tratam de diversos temas a cerca do universo adolescente como a questão do estereótipos e a divisão de alunos em diferentes grupos sociais como é o caso do clássico “O Clube dos Cinco”(“ The Breakfast Club”).

Cinco jovens de diferentes grupos sociais devem escrever um texto contendo mil palavras sobre quem vocês pensam que são”. O Problema é que eles não se conhecem mas no decorrer do sábado em detenção uma amizade nasce entre Brian(Anthony Michael Hall) , Andrew(Emilio Estevez), John Bender(Judd Nelson),Claire(Molly Ringwald) e Alisson(Ally Sheedy). Nesse período eles acabam vivendo muitas aventuras em meio ao ócio do ambiente escolar mas principalmente conhecendo a si mesmos.

Rodado inteiramente em plano sequencia , “O Clube dos Cinco” possui uma agilidade narrativa permeada pelo potente jogo de câmera de Hughes. Na primeira cena no interior da escola , o diretor utiliza um contra-plongeê com o claro objetivo de evidenciar o quão sufocante o ambiente escolar é para aqueles jovens. O uso do travelling e da panorâmica conferem uma dinâmica ao longa que narrativamente é muito preso a um só cenário(a escola).

Um dos acertos de Hughes na direção foi o fato de que ele conferiu ao longa uma direção coreografada porém orgânica o que permitiu que o elenco atuasse com naturalidade e com direito a improvisos sem ser maniqueístas. O fato do diretor colocar a câmera muitas vezes no rosto de seus atores permite a ele usufruírem desse artifício diretivo para expressar as angustias de seus personagens e o elenco as expressa com a verdade e naturalidade cênicas necessárias.


A música exerce aqui um papel de expressar as emoções dos personagens sem que eles falem,servindo de pano de fundo para a ilustrar o cotidiano daqueles personagens. A musica -tema do filme “Don´t You(Forget About Me) do Simples Minds  sintetiza os momentos pelos quais os jovens estão passando em detenção e naquela fase da vida.

O roteiro escrito pelo próprio John Hughes chama a atenção pela naturalidade com que descreve o universo adolescente o retratando de forma verossímil. A desconstrução dos estereótipos presentes no ambiente escolar repressor retratado é outro ponto positivo do roteiro de Hughes. E por fim, os diálogos criveis que se encaixam perfeitamente na narrativa são de uma simplicidade brilhante.

O elenco jovem atua de forma natural e convincente. Anthony Michael Hall(Brian), Emilio Estevez(Andrew), Judd Nelson(John Bender), Molly Ringwald(Claire) e Ally Sheedy(Alisson) possuem um entrosamento cênico admirável. Talvez pela aproxímidade dos atores com o universo retratado. Todo o jovem elenco evolui junto com os seus respectivos personagens desabrochando.

Um clássico “O Clube dos Cinco” trata de temas atemporais e universais. Com uma produção simples mas esmerada o longa afirma a capacidade de Hughes não só como diretor mas como porta-voz de gerações.