Nascido no dia 27 de março de 1963 em Knoxville no Tennessee
Quentin Tarantino é hoje um dos mais populares diretores da geração dos anos 90
com um cinema exclusivamente autoral ainda que munido de referências Tarantino incorpora
essas referencias ao seu estilo fílmico.
Criando um universo estético em seus filmes onde predominam as
referências que ajudam a definir o estilo dos seus filmes. Estão lá à violência
exacerbada, diálogos rápidos, menções a cultura pop, aos quadrinhos e animes.
Tarantino é conhecido pelos seus roteiros não lineares e enredos com
varias tramas que convergem além de ser autor de grandes e poderosos diálogos e
cenas marcantes. Seus filmes são carregados de força visual e de personagens e situações
marcantes.
Seu primeiro filme foi “Cães de aluguel” (1992) escrito durante o período
em que Tarantino trabalhava em uma locadora de vídeo-o que o influenciou
fortemente.
Antes de lançar “Cães de Aluguel” Tarantino escreveu roteiros de filmes
com “Amor a Queima Roupa” dirigido por Tony Scott, “Assassinos por Natureza” de
Oliver Stone e “Um Drink no Inferno” dirigido por seu amigo e parceiro habitual
Robert Rodriguez.
Em 1992 “Cães de Aluguel” finalmente é lançado revitalizando o cinema
independente e colocando Tarantino no topo da lista dos cineastas em que se
devia prestar atenção.
A consagração final veio com “Pulp Fiction” (1994) com uma historia com varias
narrativas que se entrelaçam entre si e dividida em capítulos “Pulp Fiction”
garantiu o primeiro Oscar da carreira do diretor o de melhor roteiro original (estatueta
que ganhou novamente pelo seu mais recente filme “Django Livre” na mesma
categoria).
Tarantino faz parte de uma geração de cineastas que aprendeu sobre a arte
de se fazer um filme como espectador os assistindo e não em escolas de cinema,
o que fez que ele se apaixonasse cada vez mais pela sétima arte – paixão essa visível
em cada filme seu, pois em todos os filmes há um tributo à arte cinematográfica
e aos seus múltiplos gêneros.
Abaixo, vamos conhecer mais sobre a sua filmografia aproveitando a data
especial de hoje- hoje, dia 27 de março Tarantino faz 50 anos de vida e com uma
carreira MUITO bem sucedida.
Cães de Aluguel (1992)
Na estreia de Tarantino na direção, ele nos apresenta a uma trama sobre
um grupo de ladrões na preparação para se realizar um assalto e os conflitos
decorrentes do mesmo. Um filme constituído principalmente de flashbacks e intersecções
fílmicas e narrativas. Destaca-se pelo roteiro não linear, o uso da violência como
método narrativo (que se tornaria uma de suas marcas) e inúmeras referências á
cultura pop.
Pulp Fiction- Tempo de violência (1994)
Em seu segundo filme, Tarantino continua investindo em narrativas não lineares
e no uso da violência como um artifício dramático. Ele aposta em tramas
paralelas que se entrelaçam em um dado momento. Ao contar principalmente a
história de Vicent Vega (John Travolta) e Mia Wallace (Uma Thurman)
utilizando-se de flashbacks e FlashForwards além do usual travelling.
Vale resaltar que aqui a violência
é usada de forma verborrágica e as inúmeras citações a cultura pop presentes no
roteiro-que vão de Eminem a Madonna.
Jackie Brown (1997)
Neste terceiro filme, Tarantino retorna ao gênero policial- ele já tinha
realizado “Cães de Aluguel” em um tributo ao gênero Blaxploitation.
Optando pela desconstrução da montagem e do roteiro e apostando nos flashbacks
e FlashForwards com cortes certeiros e um travelling bem
utilizado. “Jackie Brown” é um filme no mínimo interessante, ainda que sentimos
falta da violência exacerbada de seus outros filmes, pois em “Jackie Brown ela
aparece de forma implícita”.
Concebido originalmente como um único filme e
dividido em duas partes devido à longa duração, “Kill Bill” nos apresenta a
saga de vingança da “Noiva” (Uma Thurman). Tarantino apresenta uma narrativa não
linear como é comum em seus filmes. No “primeiro volume”, Tarantino investe
mais na ação e nas intersecções fílmicas em detrimento dos diálogos. Porém, no “segundo
volume” investe mais nos diálogos e da maior embalsamento dramático aos
personagens e a própria história. Tarantino confere ao filme uma direção
coreografada e se revela um excelente diretor de atores.
Grindhouse: A Prova de Morte (2007)
Nesse longa,
parte integrante do projeto Grindhouse, Tarantino presta homenagem aos filmes
de horror dos anos 70. O diretor nos apresenta uma história que começa tímida,
mas se desenvolve de maneira surpreendente. Uma direção de atores excelente e
com o uso inteligente do corte seco. A construção de outro universo fílmico que
de certa forma é uma representação da primeira história funciona, mas no inicio
deixa o espectador meio perdido. Além das inúmeras referências e citações a
outros filmes o destaque fica para a auto referência que Tarantino faz á
própria obra.
Django Livre (2013)
A primeira
vista pode parecer que “Django” é um filme “normal” em relação aos filmes
anteriores do diretor no sentido que “Django” conta uma única historia (embora
com diversos plots). Mas a força do filme esta na historia e personagens
impactantes. Apostando em uma direção ágil
e em flashbacks bem constituídos ele realiza um filme nada menos do que épico ao
prestar tributo ao gênero “Western”.